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ELIANE CANTANHÊDE
O fator Garotinho
BRASÍLIA - As pesquisas Datafolha e CNI-Ibope pegaram Lula de jeito e
aumentaram as ambições no PSDB.
Ato contínuo, os partidários de Geraldo Alckmin e José Serra, no próprio PSDB, no PFL e até no PMDB, se
atiraram à defesa de seu preferido.
Ou seja, quanto mais crescem as
chances tucanas, mais os aliados de
Alckmin e de Serra se confrontam.
Para não dizer, direto, que o confronto é dos dois, homem a homem.
Aos fatos: Serra está consolidando a
sensação de que é o adversário ideal
para bater Lula e enfrentar os instrumentos inerentes à reeleição. Já Alckmin joga xadrez, colocando peça por
peça, pacientemente, com o discurso
de que o tempo conta a seu favor: Serra teria batido no teto muito cedo, e
ele, pouco conhecido, sem rejeição, teria muito para onde crescer.
Ocorre que os candidatos de todos
os partidos nos Estados estão ansiosos e querem respostas já para montar alianças, discurso, palanque. E,
hoje, Serra é o candidato que dá mais
segurança à oposição.
Um dos seus trunfos, além de já
passar Lula no primeiro turno, tanto
no Datafolha como no Ibope, é o desempenho do ex-governador Anthony Garotinho, o imprevisível. Ele
não tem apoio de nenhum líder expressivo do PMDB -nem da cúpula
formal, nem da banda tucana, nem
da banda lulista, nem dos governadores, nem de lideranças estaduais,
como Quércia. Mas não tem concorrente no partido e está bem na foto.
O divisor de águas é o candidato tucano. Pelo Datafolha, Serra vence
Garotinho com 36% a 10%; e Alckmin, com 22% a 14%. Pelo Ibope, Serra tem 37%, e Garotinho, 11%; e
Alckmin empata com Garotinho em
20%.
Ou seja: com Alckmin, o risco é a
eleição sair do controle e Garotinho
surpreender. Com Serra, essa hipótese é menor e deve influenciar os votos
tucanos. Mesmo dos não-serristas.
PT e PSDB estão se matando, e ninguém pode descartar um "azarão"
-como Quércia em São Paulo e Garotinho na presidencial. Se não for
para ganhar, dá para confundir.
@ - elianec@uol.com.br
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