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LOTAÇÃO EM SÃO PAULO
Os habitantes de São Paulo
manifestaram um sério e profundo descontentamento com o sistema de transporte público da cidade. Essa é uma conclusão a que se
chega analisando a pesquisa do Datafolha publicada no domingo. Ela
serve como mais um alerta para que
as instâncias de governo com responsabilidade pelo assunto tomem
providências para alterar o destino
desse setor da infra-estrutura urbana, que ruma ao caos.
Nas ruas da cidade estão cerca de 15
mil peruas que atuam, desordenada
e na maioria das vezes clandestinamente, como lotações. A sondagem
mostrou que, na comparação entre
esse tipo de transporte e o dos ônibus, as lotações levam vantagem.
Aprovam-nas 44% dos paulistanos.
A mesma taxa para os ônibus é de
28%. De resto, a população julga o
transporte por peruas mais rápido,
mais confortável e mais maleável em
termos de itinerário do que o feito
pelos ônibus. Estes só levam vantagem no quesito "segurança".
O posicionamento da população,
evidenciado na pesquisa, vai em dois
sentidos. Em primeiro lugar, o metrô continua a ser considerado o melhor meio de transporte em São Paulo. Além disso, na região mais bem
servida pelos trens, o centro, ele é o
modo de ir e vir mais utilizado pela
população. Investir na ampliação do
metrô é a grande saída.
O governo do Estado tem se aplicado na tarefa, mas seria preciso estudar modos de aumentar o ritmo das
obras. As primeiras linhas de metrô
em São Paulo e na Cidade do México
são contemporâneas. Mas aquela
metrópole já desenvolveu um sistema razoavelmente abrangente. Aqui,
de modo contrastante, o projeto desandou pela miopia sucessiva dos
governantes. Agora é preciso correr
atrás do prejuízo.
Em segundo lugar, a pesquisa
mostra o estado real do sistema de
ônibus na cidade: muito abaixo do
desejável. Cumpre investir na sua
atualização. Essa é a melhor estratégia para o poder público conter a
proliferação do transporte por peruas sem renunciar à sua tarefa de regulá-lo e de aproveitar, com racionalidade, suas características positivas.
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