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Resultados cômodos
A
INFLAÇÃO continua a evoluir de modo muito favorável. O índice de preços
ao consumidor que baliza a política de metas de inflação do Banco Central, o IPCA, elevou-se
apenas 0,25% em abril, a taxa
mais baixa em sete meses.
Embora a desaceleração sobre
a taxa de março (0,37%) tenha sido facilitada por um fator pontual -a estabilidade dos preços
dos alimentos-, não se tratou de
um resultado isolado. Basta
constatar que a inflação acumulada entre janeiro e abril limitou-se a 1,51% (contra 1,65% em igual
período de 2006), e que no período de 12 meses encerrado em
abril a elevação do IPCA foi de
apenas 3% -taxa 1,5 ponto percentual inferior à meta de inflação deste ano e do próximo.
O reflexo desses resultados sobre as expectativas de bancos,
consultorias e instituições de
pesquisa a respeito da trajetória
futura da inflação é nítido.
Com raras e breves interrupções, o levantamento do Banco
Central que coleta tais expectativas vem apurando redução contínua das taxas projetadas para o
ano corrente e o próximo. Na
apuração mais recente, do dia 11
de maio, a média das projeções
para a alta do IPCA em 2007 e
em 2008 se situava, respectivamente, em 3,62% e 3,99%.
Não cabe dúvida de que é muito robusta a confiança dos agentes no cumprimento, com folga,
das metas de inflação deste ano e
do próximo -ainda mais tendo
em conta que as projeções mencionadas acima não foram influenciadas pela nova rodada de
queda da cotação do dólar.
Esse quadro de inflação muito
bem-comportada evidentemente amplia o raio de manobra da
política econômica. Há condições, portanto, para que ela dedique maior atenção aos evidentes
perigos, para as perspectivas de
médio e longo prazo da atividade
econômica, suscitados pela crescente valorização do real.
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