São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2007

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Resultados cômodos

A INFLAÇÃO continua a evoluir de modo muito favorável. O índice de preços ao consumidor que baliza a política de metas de inflação do Banco Central, o IPCA, elevou-se apenas 0,25% em abril, a taxa mais baixa em sete meses.
Embora a desaceleração sobre a taxa de março (0,37%) tenha sido facilitada por um fator pontual -a estabilidade dos preços dos alimentos-, não se tratou de um resultado isolado. Basta constatar que a inflação acumulada entre janeiro e abril limitou-se a 1,51% (contra 1,65% em igual período de 2006), e que no período de 12 meses encerrado em abril a elevação do IPCA foi de apenas 3% -taxa 1,5 ponto percentual inferior à meta de inflação deste ano e do próximo.
O reflexo desses resultados sobre as expectativas de bancos, consultorias e instituições de pesquisa a respeito da trajetória futura da inflação é nítido.
Com raras e breves interrupções, o levantamento do Banco Central que coleta tais expectativas vem apurando redução contínua das taxas projetadas para o ano corrente e o próximo. Na apuração mais recente, do dia 11 de maio, a média das projeções para a alta do IPCA em 2007 e em 2008 se situava, respectivamente, em 3,62% e 3,99%.
Não cabe dúvida de que é muito robusta a confiança dos agentes no cumprimento, com folga, das metas de inflação deste ano e do próximo -ainda mais tendo em conta que as projeções mencionadas acima não foram influenciadas pela nova rodada de queda da cotação do dólar.
Esse quadro de inflação muito bem-comportada evidentemente amplia o raio de manobra da política econômica. Há condições, portanto, para que ela dedique maior atenção aos evidentes perigos, para as perspectivas de médio e longo prazo da atividade econômica, suscitados pela crescente valorização do real.


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