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ACM venceu. De novo
FERNANDO RODRIGUES
Brasília - Há um grande vencedor
nesse troca-troca ministerial. Seu nome é Antonio Carlos Magalhães.
Se não, vejamos:
ACM é íntimo de Pedro Parente
(Casa Civil) e de Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral da Presidência).
Parente e Aloysio serão os dois nomes fortes do Palácio do Planalto. Frequentam a intimidade de ACM.
São frequentes os cafés-da-manhã
entre Parente e ACM. E já virou rotina
o almoço semanal do senador baiano
com Aloysio.
Como se não bastasse, o senador
Fernando Bezerra (PMDB-RN), ministro da Integração Nacional, tem
ótimo relacionamento com ACM. O
novo ministro da Agricultura, Pratini
de Moraes, é velho conhecido desde os
tempos do regime militar.
Quem bem define a reforma ministerial é um importante senador do
PMDB, que implora pelo sigilo de seu
nome:
"Se o Mário Covas e o Pimenta da
Veiga queriam que o presidente se
afirmasse no poder, conseguiram. Entregaram o Palácio do Planalto para o
ACM. O ACM só não conseguiu substituir a dona Ruth."
Expurgado o devido exagero da
análise azeda de uma pessoa cujo partido foi o maior perdedor na reforma,
há muito de verdade sobre o aumento
de poder de ACM. Ainda mais quando
já é sabido que a Ford vai mesmo ficar
na Bahia, com os polpudos incentivos
federais.
É evidente que, ao nomear Parente e
Aloysio para postos-chave dentro do
Planalto, FHC não quis apenas satisfazer ACM. Um conhecedor da alma
carlista considera necessário relativizar o episódio:
"O presidente é esperto. Toda vez
que o ACM tentar fazer uma sacanagem, ele manda o Parente ou o Aloysio
para constrangê-lo."
Isso também é verdade. Mas há
quem diga que a vontade de ACM de
fazer sacanagem é incontrolável.
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