São Paulo, terça-feira, 17 de agosto de 2004

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RETOMADA INCIPIENTE

A indústria da construção civil, uma das mais atingidas na recessão do ano passado, começou a apresentar sinais positivos. Responsável por 10% do PIB (Produto Interno Bruto), o setor acompanha a tímida expansão de outras atividades, como a indústria e o comércio.
Com a perspectiva de crescimento da massa salarial, ainda que discreta, e a criação de alguns postos de trabalho, os investidores em imóveis têm mais confiança para assumir dívidas de longo prazo, como empréstimos imobiliários. Os financiamentos imobiliários cresceram 79,2% nos primeiros cinco meses do ano ante igual período de 2003, segundo o BC.
Outros indicadores confirmam essa retomada. O consumo de cimento expandiu-se 5% em junho em relação ao mesmo período de 2003. Mas, não se deve esquecer que a base de comparação é fraca. O consumo de cimento contraiu-se 11% em 2003. O nível de emprego do setor cresceu 1,4% no primeiro semestre de 2004 na comparação com igual período de 2003, segundo o Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).
O aumento da procura por financiamento e do consumo de cimento ao lado da geração de mais empregos são boas notícias, que podem melhorar as expectativas dos empresários, ainda bastante reticentes. Para consolidar essa retomada do crescimento, parece ser necessário o deslanche de investimentos públicos e privados de grande escala, notadamente em transportes, portos e energia. O maior desafio ainda reside na estruturação de mecanismos de financiamento adequados. Além das instituições financeiras federais (BNDES, Banco do Brasil, CEF, BNB e Basa), seria conveniente que o setor bancário privado pudesse contribuir com a expansão do crédito, com taxas de juros compatíveis.
Em meados de março, o governo anunciou um conjunto de medidas visando ao aperfeiçoamento do crédito imobiliário. A expansão de várias formas de securitização, que podem reduzir os riscos de crédito e propiciar a queda dos "spreads", pode ser uma forma de garantir a expansão do setor imobiliário.


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