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RETOMADA INCIPIENTE
A indústria da construção civil, uma das mais atingidas na
recessão do ano passado, começou a
apresentar sinais positivos. Responsável por 10% do PIB (Produto Interno Bruto), o setor acompanha a tímida expansão de outras atividades, como a indústria e o comércio.
Com a perspectiva de crescimento
da massa salarial, ainda que discreta,
e a criação de alguns postos de trabalho, os investidores em imóveis têm
mais confiança para assumir dívidas
de longo prazo, como empréstimos
imobiliários. Os financiamentos
imobiliários cresceram 79,2% nos
primeiros cinco meses do ano ante
igual período de 2003, segundo o BC.
Outros indicadores confirmam essa retomada. O consumo de cimento
expandiu-se 5% em junho em relação ao mesmo período de 2003. Mas,
não se deve esquecer que a base de
comparação é fraca. O consumo de
cimento contraiu-se 11% em 2003. O
nível de emprego do setor cresceu
1,4% no primeiro semestre de 2004
na comparação com igual período de
2003, segundo o Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção
Civil do Estado de São Paulo).
O aumento da procura por financiamento e do consumo de cimento
ao lado da geração de mais empregos são boas notícias, que podem
melhorar as expectativas dos empresários, ainda bastante reticentes. Para consolidar essa retomada do crescimento, parece ser necessário o deslanche de investimentos públicos e
privados de grande escala, notadamente em transportes, portos e energia. O maior desafio ainda reside na
estruturação de mecanismos de financiamento adequados. Além das
instituições financeiras federais
(BNDES, Banco do Brasil, CEF, BNB
e Basa), seria conveniente que o setor
bancário privado pudesse contribuir
com a expansão do crédito, com taxas de juros compatíveis.
Em meados de março, o governo
anunciou um conjunto de medidas
visando ao aperfeiçoamento do crédito imobiliário. A expansão de várias formas de securitização, que podem reduzir os riscos de crédito e
propiciar a queda dos "spreads", pode ser uma forma de garantir a expansão do setor imobiliário.
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