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PT SEM DEBATE
É lamentável a decisão do Diretório Municipal do PT paulistano de recusar o registro da pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo do
economista Plínio de Arruda Sampaio Júnior alegando falhas burocráticas no pedido de inscrição.
É claro que a atual prefeita, Marta
Suplicy, é candidata natural a disputar mais um mandato. Isso não impediria, porém, que, na melhor tradição democrática do partido, fossem realizadas prévias. Vale lembrar
que o próprio presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, que também era candidato natural a concorrer à sucessão
do presidente Fernando Henrique
Cardoso, submeteu-se às prévias.
Disputou a indicação do partido com
o senador Eduardo Suplicy.
É pouco provável que o próprio Arruda Sampaio considerasse ter possibilidades de vitória. Sua pré-candidatura, que contava com o apoio de
alas da esquerda do PT, era mais
uma oportunidade para discutir a
gestão de Marta. Um debate que, em
princípio, seria saudável para a sociedade, para o partido e para a própria
candidata, que teria a chance de reavaliar pontos de sua administração
antes de enfrentar adversários de outros partidos numa campanha em
que ela provavelmente será criticada
com alguma aspereza.
A negativa da prévia é mais um entre os vários indícios de que o PT,
após ter chegado ao poder, vai seguindo o clássico processo de revisão de seu próprio passado. Até um
certo ponto, isso é inevitável e necessário. Seria altamente inquietante se
o PT no governo ainda se aferrasse,
por exemplo, à idéia de que contratos
devem ser rompidos unilateralmente. Por outro lado, é lamentável que o
partido esteja também abandonando
princípios de transparência e de democracia que contribuíram para melhorar a cultura política do país.
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