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NOVIDADE NAS FINANÇAS
As empresas brasileiras impulsionaram no ano passado um
notável movimento de obtenção de
recursos diretamente no mercado de
capitais. De acordo com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), as
ofertas de ações, debêntures, notas
promissórias e certificados de recebíveis imobiliários captaram R$ 50,7
bilhões em 2005.
As emissões de ações ocorreram
no Novo Mercado da Bovespa e nos
segmentos que pressupõem padrões
mais exigentes de governança corporativa. Nesse ambiente, as empresas
devem emitir apenas ações com direito a voto, garantir os direitos dos
investidores minoritários e manter
25% das ações em circulação.
Os investidores estrangeiros compraram mais da metade (60,2%) das
ofertas iniciais de ações. Esse é um
fato novo e relevante. A boa governança vai sinalizando que pode atrair
investidores e abrir perspectiva de
captação de novos recursos.
Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), que permite às empresas transformar uma receita futura em dinheiro no presente,
também se expandiram. Movimentaram R$ 8,3 bilhões no ano passado, e a expectativa é de que girem R$
12 bilhões neste ano.
O fluxo de recursos mobilizados
pelo mercado de capitais já se aproxima do movimentado pelos empréstimos bancários. As concessões de
créditos empresariais acumularam
R$ 75,6 bilhões em 2005. A concorrência pode auxiliar na queda das taxas de juros cobradas das empresas
para financiar seus investimentos.
Há indícios de que esse efeito benéfico já começa a ocorrer.
A tendência pode persistir em
2006, especialmente se for mantida a
trajetória de queda das taxas de juros.
Todavia, o ciclo expansivo do mercado de dívida privada e todos os seus
efeitos positivos podem ser abortados facilmente com a persistência de
incertezas sobre o ritmo de crescimento econômico e mediante uma
regulação falha dessa complexa atividade financeira.
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