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VIOLÊNCIA URBANA
O número de roubos na cidade
de São Paulo cresceu 6,73% no
ano passado em relação a 2001: a capital paulista apresentou uma proporção de 1.139,52 roubos por grupo
de 100 mil habitantes -o maior índice entre os municípios do Estado.
Os dados da Secretaria de Segurança Pública são até certo ponto inesperados, porque em 2002 não faltaram
investimentos públicos nessa área:
só no primeiro semestre foram entregues 2.104 carros para a polícia
(1.181 para a capital e Grande São
Paulo), cinco vezes mais do que em
todo o ano de 2001. As ruas também
ganharam o reforço de 5.038 PMs,
que faziam serviços internos. Por
que então tal delito não diminuiu?
A questão não tem uma resposta
simples, mesmo porque outros indicadores da violência, como os homicídios dolosos e os latrocínios, tiveram reduções significativas na capital -10,49% e 7,69%, respectivamente. Seria possível alegar que os
crimes contra o patrimônio são mais
resistentes à ação governamental
num período de crescimento medíocre e desemprego elevado. Mas o fato
é que, salvo a capital, os roubos diminuíram 7,5% nos municípios da
Grande São Paulo no mesmo período. É necessária outra explicação.
Alguns especialistas apontam erros de planejamento. Por exemplo,
as grandes blitze promovidas pela
polícia na capital -estratégia compreensível em um ano eleitoral-
mostraram poucos resultados. Faltaria à polícia um trabalho de pesquisa
e investigação para definir o perfil
criminal de cada área e, com base nele, estipular as ações preventivas.
Aqui, porém, seria conveniente
uma cooperação mais estreita da Prefeitura de São Paulo com a administração estadual. O município de Diadema, antes considerado o mais violento do Estado, buscou o apoio de
instituições estaduais e de organizações civis para mapear e combater a
violência urbana. Essa política já exibe alguns benefícios: de 2001 para
2002, os roubos diminuíram 5,81%,
e os homicídios dolosos, 16,39%.
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