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São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003

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VIOLÊNCIA URBANA

O número de roubos na cidade de São Paulo cresceu 6,73% no ano passado em relação a 2001: a capital paulista apresentou uma proporção de 1.139,52 roubos por grupo de 100 mil habitantes -o maior índice entre os municípios do Estado.
Os dados da Secretaria de Segurança Pública são até certo ponto inesperados, porque em 2002 não faltaram investimentos públicos nessa área: só no primeiro semestre foram entregues 2.104 carros para a polícia (1.181 para a capital e Grande São Paulo), cinco vezes mais do que em todo o ano de 2001. As ruas também ganharam o reforço de 5.038 PMs, que faziam serviços internos. Por que então tal delito não diminuiu?
A questão não tem uma resposta simples, mesmo porque outros indicadores da violência, como os homicídios dolosos e os latrocínios, tiveram reduções significativas na capital -10,49% e 7,69%, respectivamente. Seria possível alegar que os crimes contra o patrimônio são mais resistentes à ação governamental num período de crescimento medíocre e desemprego elevado. Mas o fato é que, salvo a capital, os roubos diminuíram 7,5% nos municípios da Grande São Paulo no mesmo período. É necessária outra explicação.
Alguns especialistas apontam erros de planejamento. Por exemplo, as grandes blitze promovidas pela polícia na capital -estratégia compreensível em um ano eleitoral- mostraram poucos resultados. Faltaria à polícia um trabalho de pesquisa e investigação para definir o perfil criminal de cada área e, com base nele, estipular as ações preventivas.
Aqui, porém, seria conveniente uma cooperação mais estreita da Prefeitura de São Paulo com a administração estadual. O município de Diadema, antes considerado o mais violento do Estado, buscou o apoio de instituições estaduais e de organizações civis para mapear e combater a violência urbana. Essa política já exibe alguns benefícios: de 2001 para 2002, os roubos diminuíram 5,81%, e os homicídios dolosos, 16,39%.


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