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INVESTIMENTO GLOBAL
Um conjunto de fatores associados -desaceleração da
economia mundial, atentados terroristas, fraudes corporativas e crescente aversão ao risco- resultou na
queda do fluxo de investimento estrangeiro direto em todo o mundo.
De acordo com o World Investment
Report 2002, elaborado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad),
o volume total de investimento estrangeiro direto caiu de US$ 1,5 trilhão em 2000 para US$ 735 bilhões
no ano passado.
O declínio foi mais acentuado nos
países desenvolvidos. Com a contração econômica na Alemanha, nos
EUA e no Japão, o investimento estrangeiro direto diminuiu 59% nos
países industrializados. Nos países
em desenvolvimento, a queda foi
menor, apenas 14%. O investimento
estrangeiro direto representou o único componente positivo no fluxo de
capitais privados para os países
emergentes. A região latino-americana apresentou a segunda queda
consecutiva, com o fraco desempenho da economia brasileira e o agravamento da crise econômica e política na Argentina e na Venezuela.
O relatório enfatizou também o papel das corporações transnacionais
na competitividade das exportações
dos países em desenvolvimento. Na
China, por exemplo, a participação
das empresas multinacionais nas exportações subiu de 17% em 1991 para
50% em 2001. No México, o aumento
foi de 15% em 1995 para 31% em
2000; na Hungria, de 58% em 1995
para 80% em 1999; na Malásia, de
26% em 1985 para 45% em 1995. Em
alguns países, houve um crescimento de produtos de alta e média tecnologia nas exportações das filiais das
corporações estrangeiras. Nesses casos, uma política ativa de promoção
dos investimentos foi fundamental.
Assim, o crescimento das exportações esteve diretamente relacionado
com a expansão do sistema de produção das empresas transnacionais.
Infelizmente, esse não foi o caso do
Brasil. A participação dessas firmas
nas exportações brasileiras aumentou de 18% em 1995 para 21% em
2000. Isso indica que o país precisa
adotar uma estratégia ativa de inserção no sistema de produção das empresas globais, aproveitando a mão-de-obra qualificada, as fontes de matérias-primas, os sistemas de logística etc. a fim de melhorar e aumentar
a oferta dos bens exportados.
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