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PAZ E AMOR
Luiz Inácio Lula da Silva está
levando ao pé da letra o rótulo
de "Lulinha, paz e amor" que se auto-aplicou na presente campanha
eleitoral. O exemplo talvez mais acabado dessa tática eleitoral surgiu na
sua passagem por um evento organizado pela Escola Superior de Guerra.
Lula já vinha fazendo acenos para os
militares; há algumas semanas, por
exemplo, fez elogios ao "planejamento" do governo Médici. Mas o
discurso de sexta-feira, no Hotel
Glória (Rio), superou expectativas.
O petista defendeu o serviço militar
obrigatório; criticou a cessão da base
espacial de Alcântara (MA) aos norte-americanos; deplorou a assinatura, pelo Brasil, do Tratado de Não-Proliferação Nuclear; prometeu reabrir programas esquecidos das Forças Armadas; e dispôs-se a rever o
corte no Orçamento do setor perpetrado pelo atual governo.
Enfim, disse tudo o que o auditório
gostaria de ouvir, como o tem feito
para outros públicos.
A tática não é propriamente nova. A
maioria dos candidatos procura
sempre agradar a todos os públicos,
na expectativa de ganhar, em troca, o
maior número de votos.
Mas, no caso do Lula-2002, sua trajetória de campanha contém promessas que se contradizem umas às
outras. Compromete-se, por exemplo, com o duro ajuste fiscal acertado
pelo atual governo com o Fundo Monetário Internacional, mas, ao mesmo tempo, acena com a revisão de
cortes de gasto público e com a recuperação salarial do funcionalismo.
É evidente que essa estratégia serve
como uma luva para os interesses
eleitorais imediatos do PT. Mas ela
deliberadamente esconde da sociedade o que pretendem fazer Lula e
seu partido se conquistarem o poder.
Não se consegue governar sendo
100% paz e amor.
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