São Paulo, segunda-feira, 19 de janeiro de 2004

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FLUXO DE CAPITAIS

A excessiva liqüidez predominante nos principais centros financeiros internacionais, dadas as baixas taxas de juros e as intervenções cambiais dos bancos centrais asiáticos, gerou uma forte onda de fluxo de capitais privados para os países emergentes. De acordo com o Instituto de Finanças Internacionais de Washington, o fluxo de investimento de curto e longo prazos para os mercados emergentes poderá alcançar US$ 196 bilhões em 2004. Um volume ligeiramente acima do registrado em 2003, de US$ 187,5 bilhões.
Do total previsto para 2004, cerca de US$ 39 bilhões deverão ser dirigidos à América Latina. O Brasil será um dos maiores beneficiados. O volume de investimento estrangeiro direto deverá registrar US$ 11 bilhões. Em 2003, o volume estimado de investimento foi de US$ 9,5 bilhões.
Esse ambiente favorável reforça a importância de perseguir políticas de maior blindagem das contas externas brasileiras. Isso significa aperfeiçoar as políticas de comércio exterior, de conquista de novos mercados, para sustentar um firme esforço exportador, e simultaneamente investir na substituição eficiente das importações.
Como o governo tem procurado agora fazer, o país precisa ampliar suas reservas internacionais, aproveitando o aumento do volume de investimento estrangeiro direto. Reservas elevadas podem aumentar a autonomia na condução da política econômica e, sobretudo, permitir uma taxa de juros real mais baixa.
Isso se torna mais relevante diante do risco de uma interrupção nesse fluxo. As chances de que isso venha a ocorrer estão relacionadas à elevação dos juros nos EUA, atualmente em 1% ao ano, ou mesmo a uma reversão na expectativa de crescimento das economias desenvolvidas.


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