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CLÓVIS ROSSI
Um "vale" só vale mais
SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu pôr um
pouco de ordem na bagunça que vem
sendo a área social de seu governo,
justamente aquela em que se esperava que o PT brilhasse.
Deu ordens para que se faça um levantamento completo de todos os
programas sociais do governo, os inúmeros "vale-isso" ou "aquilo", "bolsa
disso" ou "daquilo".
O Ministério do Planejamento já
está preparando o balanço, que inclui identificar a clientela de cada
programa, os pontos em que há cruzamentos de diferentes auxílios oficiais e quais são os planos que usam
critérios basicamente eleitoreiros.
O estudo não se limita aos programas da União. Vai mapear também
os estaduais e municipais para, depois, Lula tentar convencer prefeitos
e governadores a unificar a programação de forma a não jogar fora o
que já é pouco (o dinheiro destinado
à assistência social).
É verdade que esse tipo de levantamento já deveria ter sido determinado não logo após a posse, mas logo
após iniciada a transição, em novembro passado.
O governo teria ganhado pelo menos quatro meses e sido poupado de
críticas que o próprio presidente e seu
partido aceitam hoje ser, na grande
maioria, perfeitamente válidas.
Menos mal que o prazo dado por
Lula para fechar o levantamento seja
curto: vai até 2 de abril, dia em que
volta a se reunir a Câmara Setorial
Social, um dos inúmeros conselhos
criados pela nova administração.
Ninguém espere que saia desse estudo a substituição de todos os "vales" por apenas um. Mas a expectativa do próprio governo é que o número de programas seja substancialmente reduzido, o que é bom para todos. Seria igualmente bom simplificar e unificar também a cacofonia de
vozes que hoje falam pelo social.
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