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São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 2003

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CLÓVIS ROSSI

Um "vale" só vale mais

SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu pôr um pouco de ordem na bagunça que vem sendo a área social de seu governo, justamente aquela em que se esperava que o PT brilhasse.
Deu ordens para que se faça um levantamento completo de todos os programas sociais do governo, os inúmeros "vale-isso" ou "aquilo", "bolsa disso" ou "daquilo".
O Ministério do Planejamento já está preparando o balanço, que inclui identificar a clientela de cada programa, os pontos em que há cruzamentos de diferentes auxílios oficiais e quais são os planos que usam critérios basicamente eleitoreiros.
O estudo não se limita aos programas da União. Vai mapear também os estaduais e municipais para, depois, Lula tentar convencer prefeitos e governadores a unificar a programação de forma a não jogar fora o que já é pouco (o dinheiro destinado à assistência social).
É verdade que esse tipo de levantamento já deveria ter sido determinado não logo após a posse, mas logo após iniciada a transição, em novembro passado.
O governo teria ganhado pelo menos quatro meses e sido poupado de críticas que o próprio presidente e seu partido aceitam hoje ser, na grande maioria, perfeitamente válidas.
Menos mal que o prazo dado por Lula para fechar o levantamento seja curto: vai até 2 de abril, dia em que volta a se reunir a Câmara Setorial Social, um dos inúmeros conselhos criados pela nova administração.
Ninguém espere que saia desse estudo a substituição de todos os "vales" por apenas um. Mas a expectativa do próprio governo é que o número de programas seja substancialmente reduzido, o que é bom para todos. Seria igualmente bom simplificar e unificar também a cacofonia de vozes que hoje falam pelo social.


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