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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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CAOS URBANO

Greves em serviços públicos são particularmente perversas. Geram transtornos à população, que se transforma em refém dos manifestantes. É com isso, exatamente, que contam os grevistas para tentar obter suas reivindicações, pouco importando os problemas e os riscos que criam para os demais membros da sociedade.
A greve dos metroviários da cidade de São Paulo, encerrada ontem, foi mais um desses casos. Cidadãos que normalmente perdem horas preciosas de suas vidas na tentativa de chegar a seus destinos viram-se obrigadas a ficar em casa ou a se submeterem a inumanas esperas, apertos e trocas de meios. A maioria deles desejava -e precisava- simplesmente trabalhar.
A paralisação levou ao paroxismo a situação já rotineiramente caótica do trânsito e do sistema de transporte coletivo da metrópole. Seguidas administrações têm falhado na implementação de políticas destinadas a melhoria dos transportes de massa. É conhecido o atraso com que o Brasil ingressou na era do metrô. Os investimentos para a implantação e ampliação desse meio de transporte nas grandes cidades vêm ocorrendo de forma lenta e insatisfatória.
A sensação disseminada pela população de São Paulo é a de que o transporte coletivo tem se tornado mais complicado e menos eficiente. Há esforços de racionalização, com a criação e o cancelamento de linhas. Os resultados, porém, não aparecem com nitidez. Não bastassem a pouca eficiência e o desconforto com que os usuários são atendidos, uma série de escândalos tem servido para reforçar a convicção de que o sistema está contaminado por uma verdadeira "máfia" -para recorrer a uma expressão da própria prefeita.
São Paulo, entre todos os centros urbanos brasileiros é certamente o que mais exigiria a implantação de uma ampla rede de metrô. Esbarra-se sempre, porém, na justificativa dos altos custos. O problema é que as alternativas não funcionam.


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