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CAOS URBANO
Greves em serviços públicos
são particularmente perversas.
Geram transtornos à população, que
se transforma em refém dos manifestantes. É com isso, exatamente,
que contam os grevistas para tentar
obter suas reivindicações, pouco importando os problemas e os riscos
que criam para os demais membros
da sociedade.
A greve dos metroviários da cidade
de São Paulo, encerrada ontem, foi
mais um desses casos. Cidadãos que
normalmente perdem horas preciosas de suas vidas na tentativa de chegar a seus destinos viram-se obrigadas a ficar em casa ou a se submeterem a inumanas esperas, apertos e
trocas de meios. A maioria deles desejava -e precisava- simplesmente trabalhar.
A paralisação levou ao paroxismo a
situação já rotineiramente caótica do
trânsito e do sistema de transporte
coletivo da metrópole. Seguidas administrações têm falhado na implementação de políticas destinadas a
melhoria dos transportes de massa.
É conhecido o atraso com que o Brasil ingressou na era do metrô. Os investimentos para a implantação e
ampliação desse meio de transporte
nas grandes cidades vêm ocorrendo
de forma lenta e insatisfatória.
A sensação disseminada pela população de São Paulo é a de que o
transporte coletivo tem se tornado
mais complicado e menos eficiente.
Há esforços de racionalização, com a
criação e o cancelamento de linhas.
Os resultados, porém, não aparecem
com nitidez. Não bastassem a pouca
eficiência e o desconforto com que
os usuários são atendidos, uma série
de escândalos tem servido para reforçar a convicção de que o sistema está
contaminado por uma verdadeira
"máfia" -para recorrer a uma expressão da própria prefeita.
São Paulo, entre todos os centros
urbanos brasileiros é certamente o
que mais exigiria a implantação de
uma ampla rede de metrô. Esbarra-se sempre, porém, na justificativa
dos altos custos. O problema é que
as alternativas não funcionam.
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