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SUPERÁVIT LATINO
Segundo a agência das Nações
Unidas, Comissão Econômica
para a América Latina e o Caribe (Cepal), a reversão dos fluxos de capitais
para a região impôs políticas contracionistas a partir de 2001. Diversos
países adotaram metas de superávit
fiscal e altas taxas de juros, para conter a inflação. Com exceção da Venezuela, todos os países implementaram regimes cambiais flexíveis.
Diante dessas políticas, a taxa de
crescimento dos 19 países da região
latino-americana será de apenas
1,5% em 2003, após uma retração de
0,4% em 2002. Com a queda da renda per capita, 44,4% da população latino-americana, cerca de 227 milhões de pessoas, vivem abaixo da linha da pobreza.
A contração da demanda interna e
a retomada da economia americana
e dos países asiáticos elevou as exportações latino-americanas e os
preços de diversas commodities (ferro, cobre, soja). O superávit comercial da região deverá atingir US$ 41 bilhões. Além disso, as remessas de
trabalhadores que vivem no exterior
será de US$ 33 bilhões, sobretudo de
mexicanos e centro-americanos que
moram nos EUA. Esses saldos deverão permitir o primeiro superávit em
conta corrente regional em 50 anos,
estimado em US$ 6 bilhões.
Com isso, procura-se diminuir a
vulnerabilidade externa da região latino-americana aos fluxos internacionais de capitais. Essa parece ser
uma estratégia correta, uma vez que
o investimento estrangeiro direto na
região caiu para US$ 29 bilhões,
abaixo da média de US$ 38 bilhões
registrada entre 1990-2002.
As expectativas de crescimento para o próximo ano se situam em torno
de 3,5%, sendo que nenhum dos 19
países da região latino-americana
deverá registrar contração. Mas, a
sustentabilidade desse crescimento
dependerá do fortalecimento das estratégias de comércio exterior e de
acumulação de reservas. Somente a
redução da dependência dos fluxos
de capitais poderá diminuir a transferência de recursos ao exterior
(4,6% do PIB regional nos últimos
cinco anos).
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