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São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

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SUPERÁVIT LATINO

Segundo a agência das Nações Unidas, Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), a reversão dos fluxos de capitais para a região impôs políticas contracionistas a partir de 2001. Diversos países adotaram metas de superávit fiscal e altas taxas de juros, para conter a inflação. Com exceção da Venezuela, todos os países implementaram regimes cambiais flexíveis.
Diante dessas políticas, a taxa de crescimento dos 19 países da região latino-americana será de apenas 1,5% em 2003, após uma retração de 0,4% em 2002. Com a queda da renda per capita, 44,4% da população latino-americana, cerca de 227 milhões de pessoas, vivem abaixo da linha da pobreza.
A contração da demanda interna e a retomada da economia americana e dos países asiáticos elevou as exportações latino-americanas e os preços de diversas commodities (ferro, cobre, soja). O superávit comercial da região deverá atingir US$ 41 bilhões. Além disso, as remessas de trabalhadores que vivem no exterior será de US$ 33 bilhões, sobretudo de mexicanos e centro-americanos que moram nos EUA. Esses saldos deverão permitir o primeiro superávit em conta corrente regional em 50 anos, estimado em US$ 6 bilhões.
Com isso, procura-se diminuir a vulnerabilidade externa da região latino-americana aos fluxos internacionais de capitais. Essa parece ser uma estratégia correta, uma vez que o investimento estrangeiro direto na região caiu para US$ 29 bilhões, abaixo da média de US$ 38 bilhões registrada entre 1990-2002.
As expectativas de crescimento para o próximo ano se situam em torno de 3,5%, sendo que nenhum dos 19 países da região latino-americana deverá registrar contração. Mas, a sustentabilidade desse crescimento dependerá do fortalecimento das estratégias de comércio exterior e de acumulação de reservas. Somente a redução da dependência dos fluxos de capitais poderá diminuir a transferência de recursos ao exterior (4,6% do PIB regional nos últimos cinco anos).


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