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VOLATILIDADE CAMBIAL
Nas últimas semanas, houve
acentuada volatilidade na cotação das principais moedas internacionais, com tendência de desvalorização do dólar. O euro chegou a ser
cotado a US$ 1,30 no início da semana passada, tendo posteriormente
recuado para US$ 1,23.
De acordo com dados relativos a
novembro (os mais recentes disponíveis), a desvalorização da moeda
americana permitiu um crescimento
das exportações dos EUA e um ligeiro recuo das importações, diminuindo o déficit de bens e serviços. Todavia, de janeiro a novembro de 2003, o
déficit nas transações de bens e serviços do país com o exterior havia atingido US$ 446,8 bilhões, o maior da
história, segundo o Departamento
de Comércio dos EUA.
Na zona do euro, houve queda de
10% nas exportações e o superávit na
balança comercial caiu para US$ 67,6
bilhões entre janeiro e novembro de
2003 -uma contração de 26% em
relação ao mesmo período de 2002.
A despeito de uma melhora nas expectativas econômicas mundiais, lideradas pela recuperação americana
e pela expansão do comércio internacional, a valorização do euro pode
limitar a incipiente retomada econômica da União Européia, que cresceu
apenas 0,4% no terceiro trimestre de
2003. Isso porque a forte apreciação
do euro pode reduzir os lucros das
corporações e a confiança dos empresários, contraindo os investimentos e a geração de empregos.
De acordo com William White,
economista-chefe do BIS (Banco de
Compensações Internacionais), espécie de banco central dos bancos
centrais, em entrevista publicada por
esta Folha, a persistente desvalorização do dólar, impondo dificuldades
no financiamento do déficit americano, ameaça elevar as taxas de juros de
longo prazo, exigindo que o Federal
Reserve, banco central dos EUA, promova a subida das taxas de curto prazo. Como o estoque de dívidas dos
agentes econômicos americanos
atingiu US$ 33,7 trilhões em setembro de 2003 (três vezes o PIB), um aumento rápido de juros nos EUA poderia representar uma ameaça à recuperação da economia do país e,
portanto, do resto do mundo.
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