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PREFEITO SOB TUTELA
"A nomeação foi decidida nas conversações entre Maluf e PFL, mas antes de o convite ser levado para Afif
Domingos eu fui consultado". Com
esta frase, o prefeito paulistano, Celso Pitta, admitiu que é figura voluntariamente secundária na nomeação
de seus assessores principais. Com
esta frase, Pitta reconhece publicamente, mesmo que não o perceba,
que é hoje um prefeito tutelado. Não
tem autoridade nem sequer para
compor seu secretariado.
Eleito pela população, não presta
contas a ela, mas a seu tutor, Paulo
Maluf. Subordina a administração da
cidade às ambições pessoais do seu
chefe, o que agora inclui a distribuição de cargos do primeiro escalão da
prefeitura ao PFL em função de composições políticas nacionais.
Celso Pitta já carecia de poder de
ação, pois a prefeitura está sem dinheiro, resultado da dilapidação
promovida pelo próprio prefeito
quando secretário de Maluf, sob ordens deste. No último ano de gestão,
o então prefeito realizou obras num
ritmo insustentável para eleger seu
secretário de Finanças. Eleito, Pitta
reconheceu que sua candidatura fora
beneficiada pela manipulação irresponsável do erário público. É, pois,
além de tutelado e inoperante, um
prefeito também desmoralizado. Iludiu a boa-fé dos eleitores.
Um prefeito que, como se já não
bastasse o resto, está sub judice, acusado e até condenado em primeira
instância pelo envolvimento em várias irregularidades. Encontra-se,
ademais, limitado por chantagens de
vereadores situacionistas que, percebendo o naufrágio da administração,
ameaçam o prefeito com CPIs para
não perder o controle sobre as administrações regionais. Loteadas como
feudos, as regionais têm sido objeto
de várias denúncias de irregularidades, as quais envolvem também funcionários da Câmara Municipal.
A São Paulo de Pitta é, enfim, uma
cidade em estado de abandono, que
submerge nas chuvas porque não há
sequer dinheiro para limpar bueiros
entupidos. São vários os sinais de deterioração e de paralisia dos serviços
públicos, mas Celso Pitta permanece
omisso, como se não fosse co-responsável pelo fiasco.
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