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São Paulo, terça-feira, 20 de maio de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Medo de crescer
"O Brasil que trabalha e produz nunca teve medo de crescer. O editorial de domingo ("Sem medo de crescer') iluminou a Primeira Página. Parabéns. O texto poderia converter-se em um "abaixo-assinado" dos representantes das forças de produção -trabalhadores e empregadores- a ser dirigido aos Poderes competentes no Executivo, no Legislativo e -por que não?- no Judiciário."
Mauro Salles (São Paulo, SP)

 

"O editorial "Sem medo de crescer" está simplesmente genial e é fundamentalmente oportuno. Parabéns! Ele expressa toda a nossa preocupação de cidadãos com a incompreensível rendição do novo governo aos interesses financeiros, rendição que nos trouxe uma administração pública grande e cara demais, estagnou a produção, reduziu a renda, aumentou os contrastes sociais e tornou os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. Proponho à Folha que continue. Quem sabe fazer agora uma pesquisa de opinião entre os leitores e os eleitores? Por favor, não deixem o ferro esfriar. Todas as pessoas de bem não podem deixar de apoiar uma atitude racional neste momento de crise internacional, quando as crises são deles e as oportunidades podem ser nossas."
Ozires Silva (São Paulo, SP)

 

"Não me contive ao ler o editorial da Primeira Página de domingo: assino embaixo. Sempre fui eleitor do PT. E o que vejo agora? Infelizmente, a decepção começa a instalar-se em minha alma. De que adiantam números macroeconômicos maravilhosos se o povo está sem emprego, se o povo está sem segurança, se o povo está sem renda, se o povo está sem educação, se o povo está sem saúde, se o povo está com a conta? A que se destinam as ações de um governo senão ao bem-estar da sociedade que o elegeu? Mude, senhor presidente. Tome as rédeas do processo. Gire o leme, ainda que devagar."
José Carlos de Oliveira (Rio de Janeiro, RJ)

 

"Muito oportuno o editorial de capa de domingo. Após um período de transição de muito cuidado e responsabilidade, o novo governo Lula começa a se desgastar e a dar sinais de um continuísmo indesejado. O país está parado, o desemprego aumenta, as pessoas vão perdendo as esperanças, o medo devido à insegurança (desequilíbrio social) amplia-se, a inflação persiste. Até mesmo quem não votou em Lula esperava mais (mudanças) em termos de novos rumos para o Brasil. Sinal amarelo."
Celso Gagliardo (Americana, SP)

 

"Fiquei estarrecido no domingo quando abri a porta de casa e vi, na Primeira Página da Folha, um editorial. Leio o jornal desde pequeno e sei que, quando um fato como esse tem lugar, é porque algo de grave aconteceu ou está para acontecer, dando espaço para que o jornal, por meio de seu editorial, alerte a população e explicite algo com mais atenção. Porém, no domingo, após lê-lo com atenção, não pude constatar o motivo de tal atitude. E isso me causou mais estranheza ainda, pois a crítica do editorial se baseia na falta de ação de Lula em relação a pontos que fracassaram no governo FHC, o qual não era criticado dessa maneira (com editorial na Primeira Página) em seu tempo."
Antoine Morel (São Paulo, SP)

Entrevistas
"Como sabem a direção e os leitores da Folha, com quem convivi por tantos anos, não é meu hábito escrever cartas para a Redação. Até porque a última palavra será sempre do jornal. Governo é governo, imprensa é imprensa, cada um que cumpra bem a sua parte. Melhor é deixar este espaço para os leitores. Mas vejo-me obrigado a abrir uma exceção para prestar esclarecimentos à direção e aos leitores da Folha sobre a reportagem "Lula discursa muito, mas evita a imprensa" (Brasil, pág. A10 , 18/5). Além de se tratar de plágio malfeito de reportagem publicada pelo jornal "Valor" dois dias antes, o texto da Folha omite a informação principal dada ao repórter Wilson Silveira pela Secretaria de Imprensa e Divulgação na sexta-feira: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia marcado no início da semana passada encontros com jornalistas brasileiros e correspondentes estrangeiros ainda para este mês de maio. O que é mais grave é que, entre os jornalistas convidados, antes da publicação da primeira reportagem sobre o assunto, estão representantes dos jornais "Valor" e Folha, fato que deveria ser de conhecimento das Redações. Como esse fato novo contrariaria a "tese" defendida pelo jornal e derrubaria a reportagem, repete-se aquele velho e mau hábito praticado por certos jornalistas, como Jayson Blair, tema do comentário do ombudsman na mesma edição: se os fatos contrariam a manchete encomendada, danem-se os fatos. Na mesma página, sob o título da reportagem citada acima, o repórter Kennedy Alencar reforça a "tese", citando auxiliares anônimos, como de costume. Quero informar que, entre esses auxiliares, o repórter não falou com nenhum assessor da Secretaria de Imprensa e Divulgação, teoricamente a responsável pela área em questão no texto. Se o tivesse feito, teria sido informado de que nos nossos critérios de trabalho não há "pagamento de faturas políticas e afetivas", como, aliás, o repórter bem sabe."
Ricardo Kotscho, secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República (Brasília, DF)

Nota da Redação - A reportagem não se sustenta em nenhuma tese, mas em um fato: o presidente completou quatro meses e meio de governo sem dar entrevistas. Apesar disso, o texto afirmou que ele estudava dar início a contatos regulares com a imprensa. O secretário de imprensa foi procurado pela Folha, e auxiliares disseram que ele viajara para dar uma palestra. A reportagem também contatou outros auxiliares do presidente, que preferiram manter-se anônimos.

Judiciário
"Admiro o ilustre advogado José Carlos Dias ("A caixa-preta da Justiça", "Tendências/Debates", 17/5) e, conceitualmente, coloco-o no ponto mais elevado da nossa classe. Mas não posso aceitar o endosso dado à irresponsável manifestação do presidente Lula em Vitória (ES). O supremo magistrado da nação necessariamente sabe de fatos e de pessoas envolvidas em situações que pretenda tornar públicas e, assim, deve detalhá-las para evitar, com a generalização, ofender inocentes. Se sabe, tem de detalhá-las. Se não sabe, deve silenciar."
Homero Benedicto Otoni Netto (Atibaia, SP)


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