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VALDO CRUZ
O céu é o limite
BRASÍLIA - No caso do correspondente Larry Rohter, autor da reportagem sobre os supostos abusos etílicos
do presidente, Lula não deixou barato e agiu rápido. Indignado, mandou
expulsar o jornalista norte-americano do país.
Já a abulia presidencial diante dos
ataques e ações do PL e do MST é assustadora. Por que o presidente não
tem com os dois "aliados" pelo menos
metade da vontade de agir demonstrada quando o alvo foi o jornalista
do "New York Times"?
Dirão os petistas que naquele episódio estava em jogo a honra do presidente. Mas no caso do PL e do MST
não está em xeque a autoridade presidencial, talvez até mais importante
do ponto de vista de destino do país?
A apatia e a complacência com os
dois aliados acabam reforçando a tese da oposição de que Lula não exerce
sua autoridade. O que seria virtude
-sua tolerância- passou a ser visto
como defeito e ameaça ao bom gerenciamento do governo.
No caso dos sem-terra, apesar das
liberações e liberações de verbas, eles
continuam invadindo terras produtivas. E de empresas que estão planejando investir no país, gerar empregos. Quer sinal pior?
O PL, do vice-presidente José Alencar, só faz intensificar suas críticas,
verdadeiros atos de sabotagem. A
sorte da equipe econômica é que ninguém os leva a sério no mercado, mas
passam a imagem de completa balbúrdia no governo Lula.
José Genoino, presidente do PT, diz
que PL e MST "ultrapassaram todos
os limites". Enxerga no ato dos dois
aliados "falta de responsabilidade
com o país" e diz que ou mudam ou
vão de vez para a oposição. E assim
serão tratados, óbvio.
Mas e o presidente Lula, o que ele
tem a dizer? Melhor, o que ele pretende fazer de imediato? Por enquanto,
seus assessores relatam sua irritação
diante do que está acontecendo. Não
está na hora de agir?
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