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MUNDO ARMADO
Um dos efeitos "colaterais" do
11 de setembro foi o aumento
dos gastos bélicos em todo o mundo. De acordo com o relatório anual
do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo, os orçamentos militares de todo o planeta
cresceram 6% em 2002 quando comparados a 2001. No total, o mundo
gastou US$ 794 bilhões com armas e
exércitos. Isso equivale a 2,3% do PIB
mundial, ou seja, US$ 128 para cada
habitante do globo.
O aumento de gastos foi, evidentemente, liderado pelos norte-americanos, que incrementaram seu orçamento em 10% sobre o ano anterior.
E os EUA sozinhos respondem por
pouco menos da metade das despesas militares do mundo. Em 2002, o
orçamento bélico foi de US$ 335,7
bilhões, o que representa 43% dos
gastos globais na área.
Essa cifra indica que a supremacia
militar norte-americana deverá permanecer incontestada por muitos
anos ainda. O segundo colocado é o
Japão, com US$ 46,7 bilhões. Possíveis rivais dos EUA vêm bem atrás: a
China é a quinta colocada; o Irã, o
nono; a Rússia, a 12ª.
É claro que, num mundo ideal, ninguém gastaria um centavo em armas
antes de ter garantido condições dignas de sobrevivência a todos os habitantes. Aliás, num mundo ideal, ninguém precisaria de armas. Porém,
como não vivemos nesse mundo
ideal, é plenamente razoável que países reservem parte de seus orçamentos para investimentos militares.
Mesmo reconhecendo a necessidade de exércitos, não deixa de ser lamentável que os gastos com armas
estejam crescendo em vez de diminuir. O ponto máximo de retração
havia sido 1998. Desde então, as despesas já aumentaram 14%.
Apenas 12 anos atrás, com o colapso da União Soviética e o fim da
Guerra Fria, o mundo celebrava os
"dividendos da paz", isto é, o que se
imaginava ser uma nova fase de significativa economia em orçamentos
militares. O sonho, como se vê, não
durou muito.
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