|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GAROTINHO INQUIETO
O secretário de Segurança
do Rio de Janeiro, Anthony
Garotinho, parece ainda não ter encontrado a maturidade no que diz
respeito a suas opções político-partidárias. Depois de passar por PT, PDT
e PSB, o ex-governador agora filia-se
ao PMDB, levando sua mulher Rosinha, hoje governadora, e um séquito
de deputados federais.
Candidato à Presidência no último
pleito, Garotinho pôde mostrar ao
país seu perfil de comunicador com
forte inclinação populista. Derrotado, apoiou Luiz Inácio Lula da Silva
no segundo turno, mas preferiu,
após a posse do presidente, militar
na oposição. Sua desfiliação do PSB,
partido aliado do governo, foi fruto
de ataques endereçados ao Planalto.
A inscrição do ex-governador no
PMDB tem sabor de derrota para a
coordenação política de Lula. Com
Garotinho, a já difícil administração
da adesão do PMDB à base governista torna-se mais complexa. O partido, que tem se notabilizado pelo fisiologismo e pela vacuidade nos
princípios programáticos, encontra-se, como de hábito, dividido. Contrastando com os elogios ao novo filiado, da parte do presidente da agremiação, Michel Temer, as reações da
Casa Civil e as manifestações da ala
governista, vocalizadas pelo presidente do Senado, José Sarney, e pelo
governador do Paraná, Roberto Requião, não deixaram dúvidas sobre a
contrariedade que a nova aquisição
peemedebista produziu em Brasília.
A perambulação partidária do ex-governador ilustra o conhecido problema da falta de ideologia não apenas de partidos, mas de parte considerável dos políticos brasileiros, com
frequência dispostos a trocar de legenda com o simples propósito de
acomodar interesses de ocasião.
Texto Anterior: Editoriais: DE NOVO O TERROR Próximo Texto: Editoriais: REFÉNS DO CRIME Índice
|