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São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2003

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GAROTINHO INQUIETO

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, parece ainda não ter encontrado a maturidade no que diz respeito a suas opções político-partidárias. Depois de passar por PT, PDT e PSB, o ex-governador agora filia-se ao PMDB, levando sua mulher Rosinha, hoje governadora, e um séquito de deputados federais.
Candidato à Presidência no último pleito, Garotinho pôde mostrar ao país seu perfil de comunicador com forte inclinação populista. Derrotado, apoiou Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno, mas preferiu, após a posse do presidente, militar na oposição. Sua desfiliação do PSB, partido aliado do governo, foi fruto de ataques endereçados ao Planalto.
A inscrição do ex-governador no PMDB tem sabor de derrota para a coordenação política de Lula. Com Garotinho, a já difícil administração da adesão do PMDB à base governista torna-se mais complexa. O partido, que tem se notabilizado pelo fisiologismo e pela vacuidade nos princípios programáticos, encontra-se, como de hábito, dividido. Contrastando com os elogios ao novo filiado, da parte do presidente da agremiação, Michel Temer, as reações da Casa Civil e as manifestações da ala governista, vocalizadas pelo presidente do Senado, José Sarney, e pelo governador do Paraná, Roberto Requião, não deixaram dúvidas sobre a contrariedade que a nova aquisição peemedebista produziu em Brasília.
A perambulação partidária do ex-governador ilustra o conhecido problema da falta de ideologia não apenas de partidos, mas de parte considerável dos políticos brasileiros, com frequência dispostos a trocar de legenda com o simples propósito de acomodar interesses de ocasião.


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