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REFÉNS DO CRIME
A população de São Paulo tem
sido cada vez mais obrigada a
conviver com a ocorrência, na região
metropolitana, de situações que, embora inaceitáveis, vão se tornando
frequentes no cotidiano dos grandes
centros do país. É o caso do "toque
de recolher" decretado anteontem
no município do Embu por representantes do chamado Primeiro Comando da Capital, organização ligada ao crime e ao tráfico.
Integrantes do PCC metralharam
um posto policial e determinaram o
fechamento de lojas num bairro da
cidade. Comerciantes receberam um
panfleto alertando que a resistência a
fechar os estabelecimentos seria retorquida com "força bruta". Segundo as autoridades policiais, a ordem
teria sido uma reação à morte de um
membro da organização.
O toque de recolher determinado
no Embu foi precedido de ações semelhantes em outras localidades da
Grande São Paulo. No Rio de Janeiro, onde essa prática tornou-se mais
comum, até mesmo bairros centrais
da cidade já se viram obrigados a
cumprir decretos do crime. Nem a
mobilização de contingentes policiais parece oferecer segurança aos
comerciantes, que preferem cerrar as
portas de suas lojas a correr o risco
de futuras retaliações.
Há que se reagir com indignação a
situações como essa. O país não pode acompanhar passivamente -e
atemorizado- a imposição de regras por parte do crime organizado.
As renovadas promessas de maior
segurança feitas por representantes
do poder público precisam ser transformadas em realidade.
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