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São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2003

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REFÉNS DO CRIME

A população de São Paulo tem sido cada vez mais obrigada a conviver com a ocorrência, na região metropolitana, de situações que, embora inaceitáveis, vão se tornando frequentes no cotidiano dos grandes centros do país. É o caso do "toque de recolher" decretado anteontem no município do Embu por representantes do chamado Primeiro Comando da Capital, organização ligada ao crime e ao tráfico.
Integrantes do PCC metralharam um posto policial e determinaram o fechamento de lojas num bairro da cidade. Comerciantes receberam um panfleto alertando que a resistência a fechar os estabelecimentos seria retorquida com "força bruta". Segundo as autoridades policiais, a ordem teria sido uma reação à morte de um membro da organização.
O toque de recolher determinado no Embu foi precedido de ações semelhantes em outras localidades da Grande São Paulo. No Rio de Janeiro, onde essa prática tornou-se mais comum, até mesmo bairros centrais da cidade já se viram obrigados a cumprir decretos do crime. Nem a mobilização de contingentes policiais parece oferecer segurança aos comerciantes, que preferem cerrar as portas de suas lojas a correr o risco de futuras retaliações.
Há que se reagir com indignação a situações como essa. O país não pode acompanhar passivamente -e atemorizado- a imposição de regras por parte do crime organizado. As renovadas promessas de maior segurança feitas por representantes do poder público precisam ser transformadas em realidade.


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