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A AMEAÇA DO SEQÜESTRO
O seqüestro é um crime especialmente sórdido: a vítima é
arrebatada de sua família e mantida
num cativeiro em condições no mais
das vezes desumanas; os familiares
são covardemente chantageados para que paguem o resgate, com os
perpetradores ameaçando matar a vítima a sangue frio. Essa situação absolutamente desestruturante pode
prolongar-se por meses.
A natureza abjeta desse crime já
justifica a onda de pânico que tomou
de assalto setores das classes média e
alta paulistanas com a divulgação de
casos em que foram vítimas alunos
de algumas das mais tradicionais escolas de São Paulo. O temor encontra
amparo nos números. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São
Paulo, houve um aumento de 16,6%
no total de seqüestros na capital no
segundo trimestre deste ano contra
igual período de 2003. No Estado, o
crescimento foi de 13,7%.
Em números absolutos, no segundo trimestre de 2004 registraram-se
33 seqüestros. No semestre, foram
60 casos. Não deixa de ser um alívio
constatar que houve queda em relação os 89 casos que se verificaram no
segundo trimestre de 2002, ano em
que o delito viveu seu pico. Em termos probabilísticos, é maior o risco
de um paulistano morrer num acidente de trânsito ou contrair uma
doença grave do que ser seqüestrado.
Esse tipo de raciocínio, contudo, não
basta para tranqüilizar ninguém.
Para agravar a sensação de insegurança, os delinqüentes, que, apesar
da crueldade, se movem por considerações racionais, têm preferido atacar jovens, que se descuram mais facilmente da segurança e cujos pais,
ansiosos por reaver seus filhos, cumprem rapidamente as exigências.
Infelizmente, não existem receitas
mágicas para acabar com os seqüestros. O remédio mais eficaz é a polícia elucidar os casos e capturar os autores, de modo a convencer possíveis
seqüestradores de que não serão
contemplados com a impunidade.
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