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FERNANDO RODRIGUES
Ciro forte
BRASÍLIA - Engana-se quem imagina que o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, ande em baixa
no governo por causa de alguns recentes ataques de incontinência verbal. Gente importante no Palácio do
Planalto vibrou quando o ministro
classificou indiretamente o presidente nacional do PPS, Roberto Freire,
de "coronel".
"Se tem um ministro forte no governo, esse ministro é o Ciro", disse o
presidente Lula nesta semana, quando começaram a pipocar notícias sobre a suposta insatisfação de Ciro
Gomes por causa de sua eventual saída da Integração Nacional na reforma ministerial programada para o
final deste ano.
O chefe da Casa Civil, José Dirceu,
também falou com Ciro sobre a boataria. Entendeu tudo rapidamente.
Há dois problemas que foram captados por Ciro e por Dirceu.
Primeiro, o olho gordo de uma certa parcela do PMDB nordestino em
direção ao Ministério da Integração
Nacional. Pasta antes desprezada,
agora ficará reforçada financeiramente com a criação do fundo de desenvolvimento regional na reforma
tributária. Coisa de mais de R$ 2,5 bilhões por ano -dinheiro em qualquer lugar do mundo. Uma festa para a fisiologia peemedebista.
O segundo problema é o partido de
Ciro Gomes, o PPS -nome atual do
antigo PCB. A sigla elegeu apenas 15
deputados. Tende a sumir do mapa
eleitoral. Em 2006, só terão amplo
acesso à TV e estrutura de liderança
no Congresso as agremiações que obtiverem, entre outras exigências, 5%
do total de votos para deputado federal em todo o país.
Certo ou errado, Ciro quer cooptar
deputados para o PPS. Roberto Freire
é contra, manda na burocracia partidária, impede filiações, mas só comanda dois ou três congressistas.
Prestigiado por Lula, a única dúvida sobre Ciro Gomes no governo é se
vale a pena ele continuar a lutar contra Freire ou se seria melhor o ministro ir de uma vez para outro partido
-inclusive para o próprio PT.
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