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DISCURSO ANTI-SEMITA
As declarações do premiê da
Malásia, Mahathir Mohamad,
acerca dos judeus, proferidas na Organização da Conferência Islâmica,
não deixam dúvidas sobre o anti-semitismo professado por esse governante. De fato, Mahathir dirigiu-se
ao fórum para conclamar os muçulmanos a se unirem contra a "dominação dos judeus sobre o mundo".
Segundo a versão do premiê, "o socialismo, o comunismo, os direitos
humanos e a democracia" teriam sido invenções judaicas para evitar perseguições e controlar alguns dos países mais importantes do planeta.
As palavras de Mahathir poderiam
ser classificadas simplesmente como farsescas, não fossem além disso
perigosas e preconceituosas. O episódio provocou constrangimentos,
gerando protestos de líderes judeus e
do governo alemão, que emitiu nota
a respeito. A Chancelaria da Malásia
pediu desculpas pelos eventuais mal-entendidos e ofensas.
Curiosamente, a estratégia de ataque do premiê aos judeus seguiu o
caminho da censura à incompetência do mundo árabe para enfrentar
Israel. "Por mais de meio século nós
estamos lutando na Palestina. E o
que conseguimos? Nada. Estamos
piores do que antes. Se tivéssemos
parado para pensar, então poderíamos ter elaborado um plano, uma
estratégia que nos levasse à vitória",
declarou ele, recebendo aplausos.
Se aqueles que compartilham as
idéias de Mahathir efetivamente parassem para pensar, talvez concluíssem que o projeto de uma vitória árabe dificilmente será atingido com
conclamações, mesmo que enviesadas, ao enfrentamento.
Alimentar a idéia da expulsão dos
judeus do Estado do Israel (como deseja parte da militância muçulmana)
definitivamente não parece ser a saída mais inteligente para o conflito. A
situação exige um esforço das partes
envolvidas e da comunidade internacional para que se chegue a um acordo de compromisso que leve à paz.
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