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São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2003

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VINICIUS TORRES FREIRE

Edith Piaf e as mentiras do PFL

SÃO PAULO - A cúpula do PFL mostrou na TV sua ira posada diante do aumento de impostos que virá, dizem, patrocinado por Lula.
Os pefelês se debatem em desespero. Apanharam do PT nas urnas. Tiveram de sair do governo, sua razão de viver. Viram seu partido rachar e murchar, pois a ânsia irreprimível pela boquinha fez pefelês se bandearem para os lados do PT.
Sem governo, sem boca-rica, os pefelês não podiam admitir de resto que o PT ainda ficasse com o monopólio da mentira. Sim, pois o PFL estampou sua tendência à patranha logo no batismo do partido. Adeptos animados da ditadura, coronéis e capatazes do regime militar fundaram uma legenda chamada Frente Liberal (liberal da ditadura!) assim que viram o barco em que estavam fazer água. Agora, vão à TV para mentir sobre impostos.
A dupla PSDB-PFL patrocinou o mais rápido e intenso aumento de impostos da história do país. Depois de ver na TV a cascata histórica e o passado pefelista renegado, dava vontade de ouvir Jorge Bornhausen cantar, como Edith Piaf, "rien de rien, je ne regrette rien..., je me fous du passé" ("não me arrependo de nadica de nada, tô nem aí pro passado", em tradução livre e "moderna").
O PFL reclama que a reforma tributária de Lula vai causar aumento do preço da comida. Quer que o governo federal ceda parte do dinheiro que arrecada para as cidades.
Mas o PFL, como o partido da boquinha número um de FHC, ajudou o PSDB a aumentar a alíquota de contribuições, tributos que justamente tiram dinheiro de Estados, municípios, educação e saúde.
O PFL ajudou a aumentar impostos que pesam no preço da comida a ponto de fazer crescer o número de indigentes. Pior, houve aumento de impostos e contribuições (que de resto arruínam o setor produtivo e o emprego, que o PFL diz prezar) porque tucanos e pefelês fizeram o Estado falir com endividamento irresponsável, que bancou uma bolha de crescimento econômico e a eleição dessas figuras revoltantes.


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