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APENAS A LARGADA
Começou de forma surpreendente a corrida pela indicação
do Partido Democrata para disputar
contra George W. Bush a Presidência
dos EUA. Contrariando pesquisas e
análises, o vitorioso nas prévias do
Estado de Iowa foi o senador John
Kerry (Massachusetts), com cerca de
38% dos delegados escolhidos nas
assembléias partidárias (caucuses).
Em segundo, veio o senador John
Edwards (Carolina do Norte), com
32%. O ex-governador de Vermont
Howard Dean, tido como favorito,
amargou um distante terceiro lugar,
com 18% dos delegados.
Como sempre ocorre nessas situações, já surgem explicações "infalíveis" para a "irresistível ascensão" de
Kerry, bem como para o "iminente
naufrágio" da candidatura Dean.
Lembrando que o Iowa é apenas um
dos 50 Estados norte-americanos e
que a disputa acaba de começar, parece mais prudente evitar vaticínios
definitivos e esperar pelos próximos
Estados. Na próxima terça, será a vez
de New Hampshire.
Uma análise verossímil para os resultados de Iowa sugere que o eleitor
democrata, cuja preferência até aqui
vinha, segundo as pesquisas, recaindo sobre o "radical" Dean, o mais
anti-Bush dos pré-candidatos, teve
um acesso de pragmatismo. De
acordo com essa explicação, o eleitor
democrata está inclinado a avaliar
também a viabilidade do candidato,
o que favorece postulantes de perfil
mais conservador como Kerry, herói
de guerra, senador veterano e dono
de uma personalidade menos estridente do que Dean, visto por muitos
como excessivamente liberal.
Seja como for, mal foi dada a largada na corrida pela sucessão de George W. Bush. Os resultados de Iowa
são mais importantes pela visibilidade que dão aos vencedores do que
pelo número de delegados que trazem, que ainda pode mudar bastante. E, na disputa pelo favor do eleitor
democrata, tudo segue tão indefinido quanto estava antes de Iowa.
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