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São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2003

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DE OLHO NA EXPORTAÇÃO

Num cenário de dificuldades para o setor produtivo, os resultados da balança comercial têm sido um aspecto bastante positivo da economia brasileira. Os volumosos superávits comerciais, em torno de US$ 20 bilhões nos últimos 12 meses, contribuem para reduzir a chamada vulnerabilidade externa e diminuir a percepção de risco do país.
Como se sabe, o agronegócio, com saldo externo de cerca de US$ 23 bilhões, tem desempenhado um papel de ponta no aumento das exportações. Com investimentos em tecnologia e elevada produtividade, o setor agroexportador beneficiou-se, também, da desvalorização do real, que lhe propiciou forte estímulo para aumentar a produção. Contudo, as expectativas de redução nos preços de produtos agrícolas no mercado internacional e a valorização da moeda sinalizam que os resultados futuros podem não ser tão espetaculares quanto os verificados ultimamente.
Relatório sobre oferta e demanda de grãos divulgado pelo Departamento de Agricultura dos EUA indica, além do crescimento da produção brasileira, aumento das safras norte-americana (78,5 milhões de toneladas) e argentina (37 milhões de toneladas). As estimativas convergem para uma queda significativa da cotação da soja já no segundo semestre. Analistas consultados pelo jornal "Valor" observam que o recuo nos preços não deverá produzir desastres, mas representará perda considerável de rentabilidade para o setor.
Situações como essa servem para reavivar a necessidade de que a pauta de exportações brasileira evolua para a incorporação de produtos mais sofisticados, com maior valor agregado e conteúdo tecnológico. Da mesma forma, setores exportadores que vêm operando perto do limite da capacidade produtiva estão a demandar políticas industriais que facilitem o financiamento de sua expansão. A conquista de superávits comerciais expressivos deve ser um objetivo permanente de atenção do governo, exigindo formulação e implantação de políticas ativas e atenção com a evolução da taxa de câmbio.


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