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São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 2003

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FERNANDO RODRIGUES

Ministro prestigiado

BRASÍLIA - É difícil fazer um juízo de valor sobre o caso do ministro dos Transportes, Anderson Adauto.
Nomeado para o cargo pela cota do PL -o partido que elegeu 26 deputados e anuncia uma bancada de 40 antes da posse-, Adauto é acusado de estar envolvido em um caso obscuro de desvio de recursos em prefeituras do interior de Minas Gerais.
Calmo e educado ao comentar o caso, o ministro alega que são infundadas as acusações. A Justiça mineira arquivou o processo.
Ontem, o Palácio do Planalto informou que "não está na pauta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a substituição de ministros".
Desde a hora do almoço, o presidente nacional e líder do PL na Câmara, Valdemar Costa Neto (SP), dava entrevistas dizendo que o assunto era "requentado" e que "o ministro está prestigiado".
É nítido que o governo Lula formou um cordão sanitário em volta de Adauto para protegê-lo. Essa é a conclusão a ser tirada das declarações públicas dos governistas.
Sobre as acusações, um fato quase irrelevante chama a atenção. Anderson Adauto nomeou Sérgio José de Souza para assessorá-lo no Ministério dos Transportes. Souza é um dos sócios da CPA, uma das empresas citadas nos casos de desvio de verbas no interior de Minas Gerais.
Quando estourou o escândalo na mídia nacional, Adauto resolveu aceitar (sic) o pedido de demissão de Sérgio José de Souza.
A pergunta que não quer calar é: se é tudo assunto requentado, se todos são inocentes, por que demitir o amigo Sérgio? A resposta é que o próprio demitido considerou imprópria a sua presença no Ministério dos Transportes. Decidiu sair para não prejudicar politicamente o titular da pasta.
É uma explicação heterodoxa. Talvez seja por isso que no Planalto ouve-se ainda frases ambíguas como "está ficando complicado" quando o assunto é Anderson Adauto.


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