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FERNANDO RODRIGUES
Ministro prestigiado
BRASÍLIA - É difícil fazer um juízo de valor sobre o caso do ministro dos
Transportes, Anderson Adauto.
Nomeado para o cargo pela cota do
PL -o partido que elegeu 26 deputados e anuncia uma bancada de 40
antes da posse-, Adauto é acusado
de estar envolvido em um caso obscuro de desvio de recursos em prefeituras do interior de Minas Gerais.
Calmo e educado ao comentar o caso, o ministro alega que são infundadas as acusações. A Justiça mineira
arquivou o processo.
Ontem, o Palácio do Planalto informou que "não está na pauta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a
substituição de ministros".
Desde a hora do almoço, o presidente nacional e líder do PL na Câmara, Valdemar Costa Neto (SP), dava entrevistas dizendo que o assunto
era "requentado" e que "o ministro
está prestigiado".
É nítido que o governo Lula formou
um cordão sanitário em volta de
Adauto para protegê-lo. Essa é a conclusão a ser tirada das declarações
públicas dos governistas.
Sobre as acusações, um fato quase
irrelevante chama a atenção. Anderson Adauto nomeou Sérgio José de
Souza para assessorá-lo no Ministério dos Transportes. Souza é um dos
sócios da CPA, uma das empresas citadas nos casos de desvio de verbas
no interior de Minas Gerais.
Quando estourou o escândalo na
mídia nacional, Adauto resolveu
aceitar (sic) o pedido de demissão de
Sérgio José de Souza.
A pergunta que não quer calar é: se
é tudo assunto requentado, se todos
são inocentes, por que demitir o amigo Sérgio? A resposta é que o próprio
demitido considerou imprópria a sua
presença no Ministério dos Transportes. Decidiu sair para não prejudicar
politicamente o titular da pasta.
É uma explicação heterodoxa. Talvez seja por isso que no Planalto ouve-se ainda frases ambíguas como "está ficando complicado" quando o
assunto é Anderson Adauto.
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