São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

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CAOS NA CET

Tem-se a impressão, em se tratando da máquina pública paulistana, que basta fixar os olhos sobre uma área qualquer, escolhida ao acaso, para descobrir compromissos financeiros em atraso, serviços relevantes cortados e um quadro geral que poderia ser definido como crítico ou caótico. Foi o que a reportagem desta Folha encontrou na Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), empresa da prefeitura responsável pelo planejamento e administração do sistema viário.
A relação de problemas é alarmante. A CET praticamente abandonou o serviço de remoção de veículos estacionados em locais proibidos, reduziu de 45 para 34 os postos de medição de congestionamentos e deixou de fazer a manutenção dos semáforos inteligentes -dos quais mais da metade não está funcionando. A maior parte das câmeras de monitoramento de trânsito também não funciona e há uma centena de veículos parada por falta de peças.
No que tange aos compromissos financeiros, a CET deve cerca de R$ 70 milhões em impostos. Além disso, problemas no pagamento a fornecedores ameaçam a impressão de talões de estacionamento (zona azul) e até serviços básicos, como a limpeza e a segurança dos prédios.
Consultado pela reportagem, o diretor do sindicato que representa os empregados da CET, filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), considera que a empresa vive a maior crise de seus 28 anos de existência. Em sua opinião, a ex-prefeita Marta Suplicy teria deixado uma herança financeira ainda pior do que a por ela recebida da gestão Celso Pitta.
É dramática a situação vivida pela prefeitura de São Paulo. Ela é resultado de seguidas administrações que preferiram gastar de modo temerário, na tentativa de colher frutos eleitorais, a zelar pelo equilíbrio financeiro do município. Essa escalada de irresponsabilidade precisa ser interrompida. Esse é um dos grandes serviços que o prefeito José Serra poderá prestar aos paulistanos.


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