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Do PET ao PET
A AGÊNCIA NACIONAL de Vigilância Sanitária (Anvisa)
deu incentivo importante
para livrar córregos, rios e represas de um grande flagelo, as garrafas PET. Após seis anos de debates, baixou resolução autorizando o uso de recipientes reciclados de tereftalato de polietileno (nome da resina mais conhecida pela abreviação PET) para
embalar produtos alimentares,
como bebidas. Com isso, pôs um
ponto final nas dúvidas sobre a
segurança do processo de reciclagem para a saúde humana.
A Anvisa convenceu-se da eficácia de tecnologias para descontaminar as garrafas recolhidas, mesmo que tenham passado
por lixões. São processos já autorizados em países com normas
sanitárias exigentes, como Alemanha e EUA. Passa a exigir apenas registro do fabricante, procedimentos já aprovados por agências reconhecidas (como a FDA
americana), sistema de controle
de qualidade, análise de contaminantes e informações no rótulo sobre a origem da resina.
Com essa regulamentação, as
quatro empresas que já buscaram autorização na Anvisa poderão empregar a tecnologia "bottle-to-bottle", que permite
transformar vasilhames PET de
uma determinada cor em garrafas novas do mesmo tipo. Mesmo
sem contar com essa possibilidade, o setor alcançou um índice de
reciclagem de 51,3% em 2006,
último dado disponível na Associação Brasileira da Indústria do
PET (Abipet).
Espera-se, com isso, que a indústria de refrigerantes -principal usuária de recipientes PET e
portanto origem primária da poluição- invista bastante na reciclagem. Assim será possível livrar nossos cursos d'água das
mais de 184 mil toneladas anuais
que ainda não são recuperadas. É
a melhor maneira de banir da
paisagem esse lixo perene, que
pode demorar até um século para degradar-se.
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