|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
editoriais@uol.com.br
O Fundo e a crise
NAS DISCUSSÕES preparatórias para a reunião dos
chefes de governo do G20
(as maiores economias mundiais) -em Londres, no próximo
dia 2-, sobressaem as propostas
para reformar as instituições financeiras multilaterais.
Além de ter seus recursos ampliados, o Banco Mundial concederia mais peso -em forma de
voto- aos países em desenvolvimento, como o Brasil. Algo parecido ocorreria no âmbito do
Fundo Monetário Internacional.
Os Estados Unidos querem triplicar (para US$ 750 bilhões) os
recursos que o Fundo pode mobilizar para fazer empréstimos.
A União Europeia, por seu turno,
defende sua duplicação (US$
500 bilhões) e se dispõe a contribuir com US$ 100 bilhões. O poder de voto dos emergentes seria
ampliado, mas só a partir de janeiro de 2011.
Aumentar drasticamente a dotação do FMI é crucial para lidar
com a crise global. Segundo estimativa do Instituto de Finanças
Internacionais, os fluxos de capitais privados destinados aos países emergentes devem cair de
US$ 465,8 bilhões, em 2008, para US$ 165,3 bilhões em 2009.
Os recursos do FMI somam
US$ 228 bilhões -claramente
insuficientes para livrar da insolvência vários países em desenvolvimento. O risco de colapso
nas contas externas é altíssimo
não apenas no caso dos mais endividados, concentrados no Leste Europeu, mas também no dos
mais pobres -afetados por uma
quebra brutal na sua renda com
exportações- na Ásia, na América Latina e na África.
Dada a urgência do socorro,
não faz sentido que o FMI condicione seus empréstimos, como
era a praxe, a exigências draconianas nas políticas monetária,
fiscal e cambial. Não há justificativa "moral" para proceder dessa
maneira, quando os Estados
Unidos dispõem-se a elevar sua
dívida e seu déficit fiscal o quanto julgarem necessário para
combater a recessão.
Texto Anterior: Editoriais: Sem medo do escuro Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Falou o pai da Sasha Índice
|