São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 2002

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FERNANDO RODRIGUES

As chances de Serra

BRASÍLIA - Os principais integrantes
da campanha presidencial tucana tentam demonstrar tranquilidade. Um "spin doctor" de Serra promete um "terremoto" nesta semana. Há muita gente paga para ajudar.
Mas o que conta mesmo são duas esperanças do tucano.
A primeira é o horário eleitoral gratuito, que começa em 20 de agosto. Serra terá o maior tempo entre todos os candidatos.
A segunda torcida do PSDB é que o presidente Fernando Henrique Cardoso se esforce ainda mais pela eleição de Serra.
Há dúvidas sérias sobre a eficácia dessas duas apostas do tucanato. No que diz respeito à TV, há na história recente exemplos que comprovam ou rejeitam a tese de que o maior horário ajuda o candidato. Na realidade, tudo depende do candidato.
Tome-se o caso de Serra. O tucano foi muito bem, do ponto de vista técnico, na sua entrevista recente ao Jornal Nacional. Respondeu a todas as perguntas. Usou frases com sujeito, verbo e predicado. Foi claro, objetivo. Não teve nenhum dos seus acessos de irritação contra perguntas que julga impertinentes (por exemplo, sobre Ricardo Sérgio).
Em resumo, Serra foi bem. Menos para o eleitorado. Pesquisas mostraram que os telespectadores gostaram mais de Ciro Gomes (PPS) e de Lula (PT). Resumo: o bom de Serra na TV é pouco para os eleitores.
Na propaganda gratuita, Serra será "melhorado" por Nizan Guanaes. O problema é que neste ano, para o bem ou para o mal, os telejornais (sobretudo a TV Globo) darão grande cobertura para a eleição. Os candidatos vão aparecer ao natural.
Sobre a ajuda de FHC, essa sim pode ser a grande arma de Serra. O presidente tem cerca de 30% de aprovação total. É um número impressionante depois de quase oito anos de desgaste no poder.
Resta saber se já foi descoberta pelo Palácio do Planalto a fórmula da transferência de voto. Pelo menos por enquanto, continua um mistério maior do que a cura do câncer.



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