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FERNANDO RODRIGUES
As chances de Serra
BRASÍLIA - Os principais integrantes
da campanha presidencial tucana
tentam demonstrar tranquilidade.
Um "spin doctor" de Serra promete
um "terremoto" nesta semana. Há
muita gente paga para ajudar.
Mas o que conta mesmo são duas
esperanças do tucano.
A primeira é o horário eleitoral gratuito, que começa em 20 de agosto.
Serra terá o maior tempo entre todos
os candidatos.
A segunda torcida do PSDB é que o
presidente Fernando Henrique Cardoso se esforce ainda mais pela eleição de Serra.
Há dúvidas sérias sobre a eficácia
dessas duas apostas do tucanato. No
que diz respeito à TV, há na história
recente exemplos que comprovam ou
rejeitam a tese de que o maior horário ajuda o candidato. Na realidade,
tudo depende do candidato.
Tome-se o caso de Serra. O tucano
foi muito bem, do ponto de vista técnico, na sua entrevista recente ao Jornal Nacional. Respondeu a todas as
perguntas. Usou frases com sujeito,
verbo e predicado. Foi claro, objetivo.
Não teve nenhum dos seus acessos de
irritação contra perguntas que julga
impertinentes (por exemplo, sobre
Ricardo Sérgio).
Em resumo, Serra foi bem. Menos
para o eleitorado. Pesquisas mostraram que os telespectadores gostaram
mais de Ciro Gomes (PPS) e de Lula
(PT). Resumo: o bom de Serra na TV
é pouco para os eleitores.
Na propaganda gratuita, Serra será
"melhorado" por Nizan Guanaes. O
problema é que neste ano, para o
bem ou para o mal, os telejornais (sobretudo a TV Globo) darão grande
cobertura para a eleição. Os candidatos vão aparecer ao natural.
Sobre a ajuda de FHC, essa sim pode ser a grande arma de Serra. O presidente tem cerca de 30% de aprovação total. É um número impressionante depois de quase oito anos de
desgaste no poder.
Resta saber se já foi descoberta pelo
Palácio do Planalto a fórmula da
transferência de voto. Pelo menos por
enquanto, continua um mistério
maior do que a cura do câncer.
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