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Mérito coletivo
O GOVERNO José Serra finaliza plano ambicioso para
a educação pública. A meta é cortar pela metade as taxas
de reprovação (22% na 1ª série
do ensino médio, por exemplo),
até 2010, e alfabetizar todas as
crianças de oito anos (na Grande
São Paulo, hoje, 40% ainda são
analfabetas).
Um das prioridades da iniciativa é dar conseqüência à avaliação
de desempenho. Em lugar de
premiar o mérito individualmente, o incentivo contemplará
a escola toda, do diretor e professores a supervisores e merendeiros. Cada unidade de ensino será
comparada consigo mesma.
Cada uma delas ganhará metas
específicas de aprendizado (com
base em exames de avaliação e
taxas de reprovação), assiduidade de professores e estabilidade
do quadro de funcionários. Cumpridas as metas, todos receberiam remuneração adicional. Até
as escolas mais deficientes ganhariam, dessa forma, um incentivo para progredir.
Reverter o marasmo na educação pública constitui desafio pesado demais para os ombros só
de professores. Mesmo ocupando o cerne do processo pedagógico, não basta avaliá-los, cobrá-los e premiar os melhores com
bônus e formação. Afinal, o empenho de cada mestre pode ser
solapado pelo descaso no restante da escola e pelo atraso de outros estudantes. A revalorização
do ensino tem de ser uma obra
coletiva ou não se materializará.
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