São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mérito coletivo

O GOVERNO José Serra finaliza plano ambicioso para a educação pública. A meta é cortar pela metade as taxas de reprovação (22% na 1ª série do ensino médio, por exemplo), até 2010, e alfabetizar todas as crianças de oito anos (na Grande São Paulo, hoje, 40% ainda são analfabetas).
Um das prioridades da iniciativa é dar conseqüência à avaliação de desempenho. Em lugar de premiar o mérito individualmente, o incentivo contemplará a escola toda, do diretor e professores a supervisores e merendeiros. Cada unidade de ensino será comparada consigo mesma.
Cada uma delas ganhará metas específicas de aprendizado (com base em exames de avaliação e taxas de reprovação), assiduidade de professores e estabilidade do quadro de funcionários. Cumpridas as metas, todos receberiam remuneração adicional. Até as escolas mais deficientes ganhariam, dessa forma, um incentivo para progredir.
Reverter o marasmo na educação pública constitui desafio pesado demais para os ombros só de professores. Mesmo ocupando o cerne do processo pedagógico, não basta avaliá-los, cobrá-los e premiar os melhores com bônus e formação. Afinal, o empenho de cada mestre pode ser solapado pelo descaso no restante da escola e pelo atraso de outros estudantes. A revalorização do ensino tem de ser uma obra coletiva ou não se materializará.


Texto Anterior: Editoriais: A obrigação de julgar
Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: O "tumor fétido" vai ao STF
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.