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ATAQUE BRUTAL
Um novo e brutal ataque suicida palestino contra um ônibus
israelense em Jerusalém deixou pelo
menos 11 mortos e 48 feridos. Entre
as vítimas estão vários estudantes secundaristas. O bárbaro atentado
ocorre num momento delicado, em
que as principais forças políticas de
Israel se preparam para as eleições
marcadas para 28 de janeiro.
O Partido Trabalhista, principal
força de centro-esquerda de Israel,
acaba de escolher como líder o prefeito de Haifa, o moderado Amram
Mitzna, que defende a retomada do
processo de paz com os palestinos.
Mas os trabalhistas têm poucas
chances no pleito. Pesquisas de intenção de voto indicam que o partido
deverá perder cadeiras.
O franco favorito para vencer a eleição é o Likud, agremiação direitista
do atual premiê, Ariel Sharon. Pelas
sondagens, o Likud deverá saltar dos
atuais 19 assentos para algo perto de
25. Para permanecer no cargo, Sharon precisa conservar-se na liderança
do Likud. Ele deverá ser desafiado
pelo ex-premiê e atual chanceler,
Binyamin Netanyahu. Pesquisas indicam que Sharon venceria as prévias
do Likud, mas atentados como o de
ontem tendem a jogar os israelenses
mais para a direita. E Netanyahu defende posições ainda mais duras que
Sharon em relação aos palestinos.
Também a população palestina deve ir às urnas em janeiro. Pesquisas
indicam que o atual líder, Iasser Arafat, é o favorito, mas sua popularidade vem caindo. Embora as pesquisas
também registrem que está crescendo a oposição dos palestinos à Intifada, a revolta contra a ocupação israelense, uma ação israelense mais dura
na Cisjordânia ou em Gaza em resposta ao atentado pode favorecer os
grupos extremistas palestinos.
Não faz sentido nem mesmo sugerir que exista um acordo entre a direita israelense e grupos terroristas palestinos. Mas é inevitável constatar
que ambos são beneficiários políticos de um aumento da violência.
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