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TRIBUTO AO PASSADO
Uma miríade de informações
desencontradas e contraditórias entre si têm emanado do grupo
de assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até certo ponto, é
um comportamento esperado em todo governo que se inicia. O fenômeno agora se abate sobre a questão tributária. Um dos problemas a ser examinados é a necessidade de mudar já
ou não o regime dos tributos.
O ministro da Fazenda, Antonio
Palocci Filho, que chegou a descartar
uma nova correção dos limites de incidência das alíquotas do Imposto de
Renda (o que redundaria em menos
arrecadação), agora se diz disposto a
debater o assunto. O mesmo Palocci,
aliás, foi, ao que consta, instado pelo
Palácio do Planalto a marcar para fevereiro uma reunião com os governadores de Estado para a discussão da
reforma tributária.
A sensação de que o tema -tratado como prioridade por Lula durante
toda a campanha eleitoral- caminhava para um segundo plano despertou temores sobre a real disposição de Lula de manter a promessa.
O primeiro ensaio de comportamento governista do PT ocorreu antes da posse de Lula, na discussão da
MP que transformava o PIS-Pasep
num tributo progressivo, no final de
novembro e início de dezembro do
ano passado. Na ocasião os petistas
se mostraram dispostos até a enterrar a mudança desde que, em troca, o
Congresso mantivesse inalteradas as
alíquotas de outros tributos previstas
para diminuir a partir de 2003.
No governo, o PT tende a adotar
comportamento similar ao que norteou a gestão anterior na questão tributária. Diante da incerteza que uma
reforma provocaria na distribuição e
no montante da arrecadação, num
contexto de crescimento baixo e de
ajuste fiscal, o Executivo federal tende a adotar um comportamento conservador. A reforma só será feita -e
ela precisa ser feita para que as empresas brasileiras sejam mais competitivas e para que haja mais justiça
tributária- com pressão da opinião
pública sobre o governo.
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