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RECUPERAÇÃO EUROPÉIA
A recuperação da economia
européia foi relativamente tímida no segundo semestre de 2003. A
taxa de crescimento do quarto trimestre caiu para 0,3% em relação ao
terceiro trimestre, que havia se expandido 0,4% em relação ao segundo trimestre, de acordo com os dados do sistema estatístico Eurostat.
A Alemanha, maior economia da
região, cresceu 0,2% no quarto trimestre em comparação com os três
meses anteriores. Durante o ano, o
PIB alemão encolheu 0,1%, configurando a primeira contração em uma
década. A França também apresentou fraco dinamismo, com 0,5% no
quarto trimestre, perfazendo uma taxa de crescimento de 0,2% durante
2003, o pior desempenho em dez
anos. E a Itália continuou estagnada.
O relativo dinamismo no quarto
trimestre esteve apoiado na demanda doméstica. As exportações, que
vinham liderando a recuperação,
apresentaram retração. Durante
2003, o saldo da balança comercial
da área do euro caiu 27%.
Esses dados parecem reforçar as
incertezas em relação às perspectivas
econômicas da região, o que é mais
preocupante quando se sabe que a
margem de manobra da política econômica européia é hoje bastante restrita. A política monetária do Banco
Central Europeu (BCE) permanece
prisioneira da necessidade de cumprir a meta de inflação, em torno de
2% ao ano. Diante disso, mantém
sua taxa de juros básica acima da praticada pelo Fed, banco central americano, e valoriza a moeda única. A política fiscal fica limitada pelo Pacto de
Estabilidade e Crescimento, que estipulou um déficit fiscal de 3% ao ano.
A Alemanha e a França já ultrapassaram esse limite sem realizar políticas fiscais ativas, como aquelas operadas pelo Tesouro americano. O déficit fiscal daqueles países teve origem na queda da arrecadação e no
aumento dos gastos compensatórios
associados com a desaceleração econômica. Há forte risco, portanto, de
a área do euro permanecer com um
padrão de crescimento relativamente
baixo se mantidas as atuais práticas e
regras da União Européia.
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