|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VINICIUS TORRES FREIRE
Chaui, musa do curto verão petista
SÃO PAULO - Marilena Chaui, filósofa, petista, aspirante a José Arthur
Giannotti do governo Lula, é a musa
do curto verão da demagogia lulista,
verão de pouca luz, pouco sol, muita
chuva, trovoadas e ressacas morais.
Chaui escreveu nesta Folha que o
caso Waldomiro é pretexto para
quem deseja destronar o PT, partido
espaçoso que ocupa todo o lugar da
ética na política do Brasil, acredita a
filósofa. Procura-se lesar a majestade
ética do PT com um episódio do governo dos Garotinhos, retorque a
professora. Apenas merecem a estrelinha da ética na política aqueles
que, tendo visto o "Waldomiro 1%"
em ação, optarem por discutir a reforma eleitoral em vez de enxovalhar
o petismo.
Essa é a Chaui sofista. Em comício
na USP, no dia de 10 junho de 2003, a
Chaui demagoga dizia que o governo
Lula não podia começar com uma
"negociata" tal como a reforma da
Previdência, negociata "inconstitucional", mais rendosa que as "privatizações de FHC".
Mas Chaui, a sofista, no artigo da
Folha, acusava os críticos da lambança do governo Lula de "interpretar a
reforma da Previdência como destruição de direitos (quando ela buscava quebrar privilégios travestidos
em direitos)". Chaui passou de crítica
violenta a defensora da reforma lulista em oito meses.
Tão rápido quanto o mercado mudou de opinião sobre o petismo-lulismo, tão rápido quanto o petismo-lulismo passou do besteirol esquerdóide
para o besteirol dos banqueiros, tão
rápido assim, Chaui, a volátil, passou
de suas chorumelas e inanidades contra o "neoliberalismo" para a crítica
daqueles que identificam a política
econômica de Lula com a do governo
de FHC. Nisto Chaui pode ter razão:
ninguém sabe se a economia de Lula
será ainda pior que a tucana.
Chaui tornou-se adoradora do rei
sol da ética, Lula, aquele que, "quando fala, tudo se ilumina, tudo se revela", tal e qual as portas da percepção.
Integra a tropa de choque do PT, publicista do nível moral de gente como
José Genoino ou Aloizio Mercadante,
que, neste Carnaval, rasgaram a fantasia ética e entraram no bloco de sujos dos coveiros da vergonha na cara.
Texto Anterior: Editoriais: RECUPERAÇÃO EUROPÉIA
Próximo Texto: Brasília - Fernando Rodrigues: Gestão defeituosa Índice
|