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CLÓVIS ROSSI
Números e idiotia
BRUXELAS - Os números do FMI (Fundo Monetário Internacional) a
respeito do crescimento da economia
mundial neste ano apontam com toda a clareza para o absoluto fracasso
da política econômica.
Muito ao contrário de mais uma
pobre metáfora de Lula (a de que
adubou, semeou e agora vai colher,
supostamente dita a um animador
de auditório), o governo não semeou
porcaria alguma nem vai colher coisa nenhuma, a não ser, eventualmente, mais um desempregado incendiado às suas portas.
É comparar números: o máximo
que a mofina política econômica do
governo pode oferecer é um crescimento de 3,5%.
Bom, o mundo, em média, vai crescer mais (4,6%). Até as economias
mais avançadas vão crescer a mesma
coisa (3,5%), quando o natural é que
economias maduras cresçam menos
do que as emergentes.
Os países em desenvolvimento também vão crescer bem mais (6%). O
hemisfério ocidental (as Américas)
também (3,9%).
Pelas previsões do FMI, no ano que
vem, os números se repetem: o Brasil
cresce menos do que a média mundial, menos do que as economias
mais avançadas, menos do que o hemisfério ocidental. Só ganha do México, o que não é grande vantagem,
dada a anemia que vem afetando o
país que os adeptos da rendição incondicional aos Estados Unidos
achavam que tinha descoberto o mapa da mina ao se integrar ao Nafta.
Enquanto isso, o jornal britânico
"Financial Times" informa: "A economia argentina está se recuperando
a um ritmo frenético. (...) Cresceu
10,4% em fevereiro comparado com o
mesmo mês do ano anterior. Nos dois
primeiros meses de 2004, o crescimento foi de 9,7%, devolvendo a segunda maior economia da América
do Sul aos níveis pré-crise pela primeira vez".
Ou seja, DURANTE A MORATÓRIA, a Argentina recuperou tudo o
que havia perdido ANTES DA MORATÓRIA. E a idiotia predominante
continua achando que, contra seus
argumentos, não há fatos.
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