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BUSH E A ECONOMIA
Economias que crescem dão
um excelente cabo eleitoral para
presidentes ou primeiros-ministros
que buscam a reeleição em qualquer
lugar do mundo. Os EUA não são
uma exceção. Embora no pleito deste
ano o Iraque e o problema da segurança rivalizem com a economia nas
atenções da mídia e do eleitorado,
não há dúvida de que o desempenho
econômico terá um papel-chave na
definição de votos.
Nesse ponto, o quadro geral é
preocupante para o presidente George W. Bush, pois, embora a economia norte-americana esteja crescendo, o faz em ritmo cada vez menor. O
pior pesadelo dos republicanos são
os empregos. Como a oposição democrata não cansa de lembrar, Bush
é o primeiro presidente desde Herbert Hoover (1929-33) a enfrentar a
reeleição com um total de postos de
trabalho inferior ao de quando foi escolhido para o primeiro mandato.
Para agravar o quadro, como bem
mostrou editorial da revista britânica
"The Economist", o campo republicano se apressou em criar um elo entre a atual administração e a oferta de
empregos. Depois de meses de crescimento sem a criação de postos de
trabalho, em março, quando surgiram 300 mil vagas, partidários de
Bush logo creditaram o fenômeno
ao corte de impostos promovido pelo presidente. Agora que a atividade
econômica perde vigor, e apenas 32
mil vagas foram criadas em julho, os
republicanos se vêem em dificuldades para dar explicações.
Paira também no horizonte a alta
na cotação do petróleo que, se persistir, pode reduzir ainda mais o ritmo
do crescimento e diminuir a confiança do consumidor e, portanto, conter
a geração de novos empregos.
A verdade é que Bush exagerou ao
tentar creditar à sua política a forte
recuperação do mercado de trabalho
em março. Oscilações de curto prazo
na oferta de empregos dependem de
fatores que muitas vezes estão fora
do controle do governo. E a pressa
em faturar o "feitiço" pode acabar se
voltando contra o feiticeiro.
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