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FERNANDO RODRIGUES
Marta e o Planalto
BRASÍLIA - Euforia no PT. A economia cresce e candidatos petistas se
dão bem em algumas capitais. Consolidam-se cenários para 2006 e 2010
nas cabeças dos dirigentes do partido
de Lula. Parece estapafúrdio, e é, mas
fala-se com uma segurança grande
sobre quem disputará o que nas próximas eleições majoritárias.
O caso mais visível do panglossianismo petista é a reeleição de Lula
em 2006. José Dirceu fala disso dia
sim e dia também. E depois de oito
anos de Lula? Quase em uníssono, o
PT federal responde que Marta Suplicy é hoje a candidata mais forte ao
Planalto em 2010.
É mais fácil um brasileiro ganhar
uma medalha de ouro em Atenas do
que encontrar um petista que sequer
admita a hipótese de Marta Suplicy
não ser reeleita prefeita de São Paulo.
Para a cúpula do partido, a vitória já
é dada como líquida e certa.
Depois de reeleita com facilidade
(sic), pelo raciocínio petista, seria um
pulo até o Palácio do Planalto. Frase
ouvida de quem manda de verdade
no PT: "Imagine. A Marta na Prefeitura de São Paulo com dinheiro, já
tendo realizado o ajuste fiscal, Lula
na Presidência e Aloizio Mercadante
no governo do Estado. Não vai ter
pra ninguém. Ela fica até o final do
mandato, em 2008; em 2009, começa
a percorrer o país e se elege como a
primeira mulher para a Presidência
da República em 2010".
É fácil assim, na cabeça dos petistas. Antonio Palocci fica oito anos
ministro. Volta a Brasília como deputado federal ou senador em 2010.
José Dirceu segue a mesma trilha.
João Paulo Cunha se contenta com a
reeleição para presidente da Câmara, deixa o caminho livre para Mercadante ser candidato a governador
de São Paulo em 2006 e recebe o comando do PT das mãos de José Genoino -este, por sua vez, volta a
Brasília como deputado e será presidente da Câmara a partir de 2007.
Assim vaticina o comando central
petista federal. Dará certo? Impossível dizer. Uma coisa é certa: essa turma não pensa em outra coisa.
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