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TERROR BANDIDO
Apenas cogitar que o criminoso PCC, bando surgido nos
presídios paulistas, passe a adotar táticas terroristas contra a população já
causa medo. O automóvel roubado
abandonado na rodovia Anhanguera
na segunda-feira, que transportava
uma valise com 30 quilos de explosivos, deu materialidade a esse temor.
Segundo a polícia, a intenção dos
bandidos era promover um atentado
contra o prédio da Bolsa de Valores
de São Paulo. Técnicos afirmam que
a quantidade de explosivos seria suficiente para causar um grande número de vítimas fatais, se detonada num
horário de muito movimento.
Não há motivo para acreditar que a
idéia de praticar atentados contra a
população, como "forma de protesto", não tenha passado pela cabeça
de lideranças desse odioso clã de criminosos. Um ataque à Bovespa num
horário movimentado seria uma inovação apenas de grau se considerada
a trajetória de outros atentados assumidos pelo tal PCC ou a ele atribuídos pela polícia, em que seus alvos
foram prédios públicos.
Não há dúvidas, portanto, de que
as autoridades policiais devem se
preparar cada vez mais para atuar
preventivamente nesses casos. Sem
desdenhar dessa tarefa que se impõe,
também é preciso investigar mais a
fundo para saber se o carro encontrado na rodovia foi, de fato, o abortamento de um atentado à Bolsa. Isso
porque há divergências nos relatos
sobre o acontecimento -por exemplo sobre o que motivou o abandono
do veículo que faria parte do suposto
ataque terrorista.
A polícia afirma que conseguiu debelar o suposto plano após uma longa investigação, que teria demandado horas de escutas telefônicas e resultado na prisão da pessoa que estaria no comando do ataque. Se a versão for confirmada, terá sido uma
importante vitória das autoridades
contra o crime organizado.
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