São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 2002

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TERROR BANDIDO

Apenas cogitar que o criminoso PCC, bando surgido nos presídios paulistas, passe a adotar táticas terroristas contra a população já causa medo. O automóvel roubado abandonado na rodovia Anhanguera na segunda-feira, que transportava uma valise com 30 quilos de explosivos, deu materialidade a esse temor.
Segundo a polícia, a intenção dos bandidos era promover um atentado contra o prédio da Bolsa de Valores de São Paulo. Técnicos afirmam que a quantidade de explosivos seria suficiente para causar um grande número de vítimas fatais, se detonada num horário de muito movimento.
Não há motivo para acreditar que a idéia de praticar atentados contra a população, como "forma de protesto", não tenha passado pela cabeça de lideranças desse odioso clã de criminosos. Um ataque à Bovespa num horário movimentado seria uma inovação apenas de grau se considerada a trajetória de outros atentados assumidos pelo tal PCC ou a ele atribuídos pela polícia, em que seus alvos foram prédios públicos.
Não há dúvidas, portanto, de que as autoridades policiais devem se preparar cada vez mais para atuar preventivamente nesses casos. Sem desdenhar dessa tarefa que se impõe, também é preciso investigar mais a fundo para saber se o carro encontrado na rodovia foi, de fato, o abortamento de um atentado à Bolsa. Isso porque há divergências nos relatos sobre o acontecimento -por exemplo sobre o que motivou o abandono do veículo que faria parte do suposto ataque terrorista.
A polícia afirma que conseguiu debelar o suposto plano após uma longa investigação, que teria demandado horas de escutas telefônicas e resultado na prisão da pessoa que estaria no comando do ataque. Se a versão for confirmada, terá sido uma importante vitória das autoridades contra o crime organizado.


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