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AMÉRICA LATINA
A redução nos fluxos de capitais financeiros e a queda no investimento estrangeiro direto forçaram um acentuado ajuste nas contas
externas dos países latino-americanos. Em 2002, esses países acumularam um superávit em transações comerciais de US$ 24 bilhões, liderados por Argentina, Brasil e Venezuela. Isso reduziu o déficit em conta
corrente de 2,7% do PIB regional em
2001 para 1% no ano seguinte.
De modo geral, as políticas fiscais
foram orientadas para a manutenção
da sustentabilidade da dívida pública, e as políticas monetárias visaram
a contrabalançar os efeitos da desvalorização cambial. Apenas Chile, Colômbia e México reduziram suas taxas de juros. Os resultados da fuga
dos investidores internacionais e das
políticas contracionistas foram uma
queda de 0,5% na economia da região e uma saída líquida de capitais
de US$ 39 bilhões, segundo a Cepal.
As exportações se recuperaram levemente (0,6%), mas as importações
caíram 11%, com efeitos negativos
para o processo de modernização
tecnológica. Isso gerou uma espiral
contracionista no comércio intra-regional, sobretudo no Mercosul (queda de 37% no fluxo regional). As dificuldades dos países latino-americanos obrigaram alguns a suspender
ou a postergar compromissos acordados para o fortalecimento de seus
laços comerciais, num momento em
que tais países deveriam, se possível,
aumentar a colaboração regional.
A integração é um instrumento para ampliar mercados, diversificar exportações e lograr economias de escala -fatores importantes para que
os países latino-americanos possam
gerar empregos, atrair capitais e estimular os investimentos. Mas um
maior dinamismo do comércio continental requer um aperfeiçoamento
da infra-estrutura (transporte, energia e telecomunicações). Nesse sentido, ganha relevância o Plano de
Ação para a Integração da Infra-Estrutura Regional Sul-Americana, feito pelo BID, envolvendo 12 países da
América do Sul. Projetos regionais
dessa natureza mereceriam o apoio
do setor público e do privado.
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