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FERNANDO RODRIGUES
Previdência na frente
BRASÍLIA - A Carta de Brasília contém pistas sobre o rumo das reformas
da Previdência e tributária. A começar pelos prazos de aprovação.
Na introdução, o documento fala
no encaminhamento das duas reformas ao Congresso "no primeiro semestre" -tecnicamente, até o dia 30
de junho. Nessa data, nada seria
aprovado. Deputados e senadores entram em recesso em julho.
No caso da Previdência, há mais
urgência e objetividade. Os 27 governadores que se reuniram com Lula
no fim de semana saíram com o compromisso de apresentar estudos "no
prazo de 30 dias".
Para a reforma tributária, a Carta
de Brasília cita a necessidade de ser
considerado o que já foi discutido sobre o tema no Congresso. Observação
vaga e sem efeito prático.
O texto do documento é mais eficaz
ao recomendar, de forma direta, a
aprovação de um projeto de lei sobre
a Previdência: "Apoiar a aprovação
do PLP-09, pelo Congresso Nacional,
de forma a estabelecer as normas para a criação dos planos complementares para os futuros servidores".
Aprovado, o projeto de lei número 9
interromperá uma lógica perversa.
Todo funcionário público admitido
por concurso engrossa o cordão dos
que têm (sic) direito adquirido à aposentadoria igual ao último salário. Só
no governo FHC, foram 51 mil casos
dessa ordem.
Tudo somado, fica claro que a reforma que os brasileiros podem esperar para este ano, com segurança, é a
da Previdência.
Para corroborar essa tendência, há
também a notícia de que a imensa
maioria dos 82 integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e
Social é a favor de uma Previdência
como deseja o governo.
Uma pesquisa da FGV com os 82
conselheiros mostra que 76% acham
que um novo sistema de Previdência
Social para servidores públicos deve
"resguardar o vínculo entre a contribuição e os benefícios". É muita coisa.
Hoje, inexiste esse conceito.
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