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VIGIAR E PUNIR
O presidente do Tribunal de
Contas da União (TCU), Valmir Campelo, entregou a José Sarney
(PMDB), presidente do Senado, o relatório contendo os resultados da auditoria de obras públicas -realizada
anualmente desde 1997. O quadro
que se depreende do documento não
é nada alentador.
A julgar pelo exame efetuado por
especialistas do órgão, 17% das
obras -70 dos 414 trabalhos fiscalizados- estão sob suspeita e terão
seus repasses de recursos para 2005
suspensos caso as falhas apontadas
não sejam corrigidas a tempo. Cifras
como essas são preocupantes, sobretudo se for levado em conta o fato
de que, de acordo com o relatório, o
superfaturamento de obras e licitações viciadas são as irregularidades
mais freqüentes.
É bom lembrar que outra faceta
dessa realidade já havia sido trazida à
luz pela auditoria sobre a utilização
de recursos federais encaminhados a
municípios, realizada pela da Controladoria Geral da União e divulgada em fevereiro último. O resultado
desse trabalho, que, à época, atingiu
281 cidades, mostra que só 10% delas
não apresentavam nenhum tipo de
irregularidade. Em 70% dos municípios investigados, foram encontradas evidências de desvio de recursos.
Sem dúvida, trabalhos como o da
Controladoria e o do TCU são etapas
fundamentais do combate à corrupção e às múltiplas formas de desvios
de verbas públicas. No entanto, o escopo dessas atividades restringe-se à
determinação das dimensões do
problema e a seu mapeamento.
Lamentavelmente, ações como essas nem sempre são acompanhadas
de medidas para efetivamente coibir
a má utilização do dinheiro público.
É de esperar que, munido desses dados, o poder público aprofunde as
investigações sobre tais irregularidades e tome as providências para a
proteção dos interesses públicos.
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