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Editoriais
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Ainda a merenda
VISTORIAS nas escolas da rede paulistana de ensino
nos últimos quatro meses,
feitas pelo Conselho de Alimentação Escolar (CAE), revelaram a
existência de alimentos vencidos
e ovos mofados entre ingredientes usados no preparo de merendas, além da presença de pombos
e excesso de moscas em refeitórios. De 25 visitas feitas, falhas
foram encontradas em 22.
Os problemas, que colocam em
risco a saúde dos alunos, não são
novos. O controle da prefeitura
-que diz que as falhas não são
generalizadas- já deveria ter sido capaz de evitá-los, pois o governo municipal já havia sido
alertado sobre a sua existência.
Em fevereiro, o CAE, composto por pais de alunos, professores
e funcionários públicos, apontara irregularidades nas merendas.
Em algumas cantinas e refeitórios foram encontrados alimentos em decomposição; em outras, ingredientes em bom estado, como salsichas, eram racionados para "renderem mais".
O Ministério Público Estadual
pediu então a suspensão dos
contratos com as empresas terceirizadas responsáveis pelo serviço, cujos problemas ultrapassam a má qualidade da merenda.
Segundo a Promotoria, havia
fraude na licitação que as selecionou, com formação de cartel e
combinação de áreas de atuação.
Em resposta, o governo municipal fez nova licitação em julho.
Há quem argumente que o cerne do problema está na terceirização do serviço. Custa a crer, no
entanto, que a presença de empresas privadas nas escolas impeça a sua fiscalização. Afinal, o
poder público já dispõe de uma
rede capilarizada de controle, a
custo zero. Diretores não visitam
cantinas? Professores não sabem o que os alunos merendam?
Não é preciso grande criatividade administrativa do Executivo, nem deveria depender de intervenções do Judiciário, a resolução imediata do problema.
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