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UM POUCO MELHOR
A cidade de São Paulo comemora hoje 452 anos de fundação em meio a uma promissora mas
ainda demasiado lenta evolução.
Com quase 11 milhões de habitantes,
responsável por 30% de tudo o que se
produz no Estado mais industrializado do país, o município reúne iniciativas com abrangência e grau de maturação diversos que permitem um
sóbrio otimismo quanto ao futuro.
O exercício rotineiro do voto e o aumento das pressões de diversos grupos de interesse sobre os governantes vão resultando em ações mais
conseqüentes e duradouras das autoridades. Auspiciosas inovações urbanas surgem cada vez mais fora da alçada tradicional do poder público.
A esse respeito, a revitalização por
que passa o centro da capital é exemplar. Há empresas que participam
desse processo, seja apoiando
ONGs, seja instaurando parte de
seus negócios na região. Há grupos,
como os sem-teto, que conseguiram
sensibilizar os governos para investir
na transformação de edifícios abandonados em moradias populares.
Da parte do poder público municipal e estadual, uma série de ações
permitiu a volta de autarquias para o
centro, a sua conversão em um importante pólo cultural, o combate
ainda incipiente à profusão de ilegalidades (da pirataria ao narcotráfico)
que tomam a região e a recuperação
do degradado entorno da Luz.
Agora o maior desafio nesse processo é levar a termo o ambicioso
projeto de converter o quadrilátero
conhecido como "Cracolândia" em
um pólo dinâmico de desenvolvimento urbano que associe usos empresariais, habitacionais e de lazer.
De resto, a política local dá sinais
de amadurecimento. A Câmara há
mais de uma legislatura não é palco
de espetáculos de imoralidade explícita. O Executivo deu seguimento a
bons projetos da gestão anterior, como os CEUs e a renda mínima.
Continuidade administrativa dos
bons programas é um ativo raro, que
deve ser preservado a todo custo. É
forçoso fazer menção a esse truísmo
no momento em que o prefeito da
capital e/ou o governador do Estado
podem deixar seus postos para as
disputas eleitorais de outubro.
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