|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INVESTIMENTO EM QUEDA
O Brasil perdeu em 2005 a posição conquistada um ano antes de líder na atração de investimentos estrangeiros diretos na América
Latina. O lugar foi ocupado pelo México, que recebeu US$ 17,2 bilhões,
US$ 1,7 bilhão a mais que o Brasil.
A destinação de recursos externos
ao setor produtivo tem um papel relevante no desenvolvimento do país,
na medida em que supre a restrita capacidade de investimento local, estimula a adoção de novas tecnologias
e força o aperfeiçoamento de eventuais concorrentes domésticos.
Os números de 2005 sugerem,
mais uma vez, que estabilidade econômica não é fator suficiente para
atrair esse capital. O mundo vive uma
explosão de liquidez, e o volume total
de investimento externo no ano passado teve um salto de 29%, alcançando US$ 869,7 bilhões -em 2004
houve alta mais modesta, de 9%.
Apesar de apresentar bons indicadores macroeconômicos, o Brasil
não só foi ultrapassado pelo México
como teve um resultado inferior à
sua própria performance em 2004.
Entre os dois anos, o volume de investimento direto no país caiu 15%,
de US$ 18,2 bilhões para US$ 15,5 bilhões. O México também registrou
curva descendente, mas bem menos
acentuada que a brasileira (-4%).
O resultado do Brasil se mantém
ruim quando comparado ao da América Latina, que teve alta de 5%, tendo
recebido US$ 72 bilhões. Até a Argentina, que declarou moratória em
2001, cresceu mais (4%) que o Brasil.
O vizinho do sul recebeu US$ 4,2 bilhões em 2005.
A China continuou a ser o grande
aspirador de recursos entre os países
em desenvolvimento, com atração de
US$ 60,3 bilhões -recuo de 0,5%.
O que os números de 2005 mostram é que não basta o Brasil abraçar
a ortodoxia para vencer a disputa global pelos investimentos. Tanto quanto estabilidade, o que as empresas
buscam é lucro, algo que apenas
crescimento econômico pode dar.
Texto Anterior: Editoriais: UM POUCO MELHOR Próximo Texto: Davos - Clóvis Rossi: O duplo fracasso Índice
|