|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FERNANDO RODRIGUES
2004 acabou
BRASÍLIA - É praxe dizer que o ano no Congresso começa depois do Carnaval. Desta vez, é possível que o ano
esteja terminando para deputados e
senadores nesta Quarta-Feira de
Cinzas. Pelo menos no que diz respeito a votações importantes para a modernização do país.
Ainda que o melhor cenário se
transforme em realidade para o governo no caso Waldomiro Diniz -a
não instalação de uma CPI-, haverá seqüelas por semanas ou meses. Ficará quase inviável aprovar leis polêmicas nesse período. Essa é a conseqüência mais nefanda do atual escândalo para o país.
No dia 3, o PT não fará manifestações para aprovar a lei de falências
ou a nova regulamentação do setor
elétrico. O partido de Lula gastará
energia promovendo um ato de desagravo a José Dirceu, o ex-chefe de
Waldomiro Diniz. Deputados e senadores ficarão no seu já habitual estado de catatonia crônica.
Mesmo sem CPI, o Congresso passará os próximos 90 a 120 dias dominado pela discussão da MP dos bingos, que proíbe esse tipo de jogatina
no país. Quem será o relator? Quem
será chamado para falar? O tema sugará todas as atenções. Paralisará o
restante da agenda legislativa.
Uma das principais votações deste
ano seria a da reforma do Poder Judiciário. Virou pó. O PT ficou em situação delicada para cobrar decência e moralidade dos juízes.
Nem tudo é ruim nessa paralisia do
Congresso. Devem ser catapultadas
para o espaço sideral as péssimas
PECs (propostas de emendas constitucionais) paralelas da Previdência e
da reforma tributária. Outra boa notícia seria o enterro da reforma (sic)
política de Ronaldo Caiado.
Daqui a três ou quatro meses, a situação se normalizará. É quando a
campanha eleitoral para prefeitos estará nas ruas, a todo vapor. A essa altura, 2004 caminhará rapidamente
para o seu fim sem nunca ter acontecido para valer no Congresso.
Texto Anterior: Madri - Clóvis Rossi: A economia e a fantasia Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: A primeira pedra Índice
|