São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2004

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MUNDO URBANO

Novas projeções divulgadas pela ONU sugerem que, em 2007, pela primeira vez na história, a maioria da população do planeta estará vivendo em cidades. O relatório "Perspectivas da Urbanização do Mundo: Revisão de 2003" revela também que, em 2030, a população urbana deverá ser de 5 bilhões, contra 3,2 bilhões nos campos.
A urbanização do planeta tem, como não poderia deixar de ser, muitas facetas. Um dos efeitos positivos mais notáveis é a redução no ritmo do crescimento populacional.
Viver em cidades significa, hoje, maior acesso a educação e a métodos contraceptivos, o que se traduz em menor número de filhos. Em 1987, a Terra contava com 5 bilhões de habitantes. Chegou aos 6 bilhões em 1999. Ou seja, ganhou 1 bilhão de pessoas num intervalo de apenas 12 anos. O ritmo de crescimento, porém, já começou a reduzir-se. Ao que tudo indica, serão necessários agora 14 anos para chegar aos 7 bilhões.
É claro que há também efeitos menos positivos. Cidades magnificam epidemias e potencializam as perdas na ocorrência de desastres naturais, como terremotos, enchentes e furacões. Produzem ainda fenômenos específicos como a violência urbana. Além disso, exercem pressão sobre o ambiente de vários modos, incluindo a emissão de gases-estufa que estão levando à gradativa elevação da temperatura do planeta.
Antes, porém, de desejar a volta do idílico estilo de vida campestre, sem os inconvenientes da vida moderna, é oportuno lembrar que a urbanização está ligada à esmagadora maioria das grandes realizações humanas, que incluem as artes e as ciências. Convém também recordar que, no final da Pré-História, o homem vivia em média pouco mais de 20 anos. Hoje, depois da revolução da medicina, nos países desenvolvidos, as pessoas vivem mais de 75 anos.


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