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Editoriais
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Gigantes em crise
AS GRANDES montadoras
americanas -General
Motors, Ford e Chrysler-
dominaram durante décadas seu
mercado doméstico e o mundial.
Apenas a partir da segunda crise
do petróleo (1979), seus veículos
altamente consumidores passaram a enfrentar a concorrência
das empresas europeias, japonesas e coreanas.
O acirramento da concorrência explicitou atrasos tecnológicos dos americanos. Deixou claro também os problemas gerenciais, como os elevados gastos
com fundos de pensão e aposentadoria -que as corporações
asiáticas não tinham.
Recentemente, a crise afetou o
setor em todo o mundo. Mas os
efeitos foram mais acentuados
nas grandes marcas dos EUA.
Em 2008, a Toyota assumiu a liderança mundial -posição que a
GM ocupou por 77 anos.
A retração econômica e a escassez de crédito dificultaram o
refinanciamento das dívidas, colocando montadoras americanas
diante do risco da insolvência. Os
investidores venderam agressivamente as ações desses fabricantes, derrubando-as para cotações próximas de zero.
Para evitar o risco de uma quebra nesse setor, com efeitos em
cascata na economia, o Tesouro
dos EUA ofereceu US$ 15,4 bilhões para a GM financiar seu capital de giro. A Chrysler recebeu
US$ 4 bilhões. Entre as grandes,
a Ford é a única que ainda sobrevive sem ajuda oficial.
O auxílio do governo americano está condicionado a um plano
de reestruturação das empresas.
Mas os prazos para que os planos
apareçam estão se esgotando.
Ainda não está claro o caminho
que será seguido diante de uma
situação insustentável: fusões
com outras companhias, transformação de dívidas em ações ou
concordata. Certa, até o momento, é a necessidade de redução no
número de empresas e de aperfeiçoamento tecnológico na direção de energias mais limpas.
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