São Paulo, domingo, 26 de abril de 2009

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Editoriais

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Gigantes em crise

AS GRANDES montadoras americanas -General Motors, Ford e Chrysler- dominaram durante décadas seu mercado doméstico e o mundial. Apenas a partir da segunda crise do petróleo (1979), seus veículos altamente consumidores passaram a enfrentar a concorrência das empresas europeias, japonesas e coreanas.
O acirramento da concorrência explicitou atrasos tecnológicos dos americanos. Deixou claro também os problemas gerenciais, como os elevados gastos com fundos de pensão e aposentadoria -que as corporações asiáticas não tinham.
Recentemente, a crise afetou o setor em todo o mundo. Mas os efeitos foram mais acentuados nas grandes marcas dos EUA. Em 2008, a Toyota assumiu a liderança mundial -posição que a GM ocupou por 77 anos.
A retração econômica e a escassez de crédito dificultaram o refinanciamento das dívidas, colocando montadoras americanas diante do risco da insolvência. Os investidores venderam agressivamente as ações desses fabricantes, derrubando-as para cotações próximas de zero.
Para evitar o risco de uma quebra nesse setor, com efeitos em cascata na economia, o Tesouro dos EUA ofereceu US$ 15,4 bilhões para a GM financiar seu capital de giro. A Chrysler recebeu US$ 4 bilhões. Entre as grandes, a Ford é a única que ainda sobrevive sem ajuda oficial.
O auxílio do governo americano está condicionado a um plano de reestruturação das empresas. Mas os prazos para que os planos apareçam estão se esgotando.
Ainda não está claro o caminho que será seguido diante de uma situação insustentável: fusões com outras companhias, transformação de dívidas em ações ou concordata. Certa, até o momento, é a necessidade de redução no número de empresas e de aperfeiçoamento tecnológico na direção de energias mais limpas.


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